A polarização resume a percepção dos varejistas de matcon com as vendas em novembro
Texto: Redação Revista Anamaco
Em um ano em que a polarização tomou conta das relações políticas, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) acabam de divulgar o resultado do Termômetro Anamaco, pesquisa realizada, com exclusividade, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A polarização também resume a percepção dos varejistas de material de construção captada pela edição de novembro do Termômetro. De acordo com o estudo, em nível nacional, tanto as assinalações de queda quanto as de alta nas vendas registraram elevação frente a outubro.
A pesquisa mostra que as respostas otimistas passaram de 17% para 23%, enquanto as pessimistas foram de 28% para 30%. Esses resultados elevaram o indicador de vendas do mês corrente de 89 pontos em outubro para 93 em novembro. Apesar de permanecer no campo do pessimismo (abaixo de 100 pontos), esta foi a segunda melhora seguida do indicador que teve forte queda entre agosto e setembro, quando passou de 110 para 84 pontos.
Quanto às expectativas para os próximos três meses, predominou em novembro o sentimento sazonal de menor otimismo. O indicador passou de 115 para 111 pontos. Além de ter se mantido no nível otimista (acima de 100 pontos), ficou acima do registrado em novembro de 2021, quanto marcou 108 pontos.
Assim como em outubro, em termos regionais predominou a percepção de estabilidade que se situou em torno de 50% no Sudeste, Sul e Centro-Oeste; 38% no Norte e 41% no Nordeste.
Nessa análise, o movimento de polarização da percepção dos varejistas também foi observado, ainda que com algumas peculiaridades. No Sudeste, por exemplo, as indicações de queda nas vendas subiram de 28% para 34% entre outubro e novembro, enquanto as de alta permaneceram relativamente estáveis: 16% em outubro e 15% em novembro. No outro extremo, no Nordeste as assinalações de alta passaram de 22% para 38% enquanto as de queda passaram de 24% para 21 % sempre na comparação entre outubro e novembro.
Os maiores patamares de otimismo com as vendas correntes foram registrados no Nordeste (38%) e no Norte (30%), níveis bem acima da média nacional (23%). As regiões mais pessimistas foram Sudeste (34%) e Norte (31%), esta última a região mais polarizada.
Para os próximos meses, o indicador de expectativas passou de 115 para 111 pontos. Além de ter se mantido no nível otimista (acima de 100 pontos), o nível do indicador ficou acima do registrado em novembro de 2021, quanto atingiu a marca de 108 pontos.
Mesmo com o predomínio das indicações de estabilidade (42% das respostas), as assinalações otimistas superaram as pessimistas em nível nacional. Entre as grandes regiões, esse mesmo padrão foi registrado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. No Norte, as expectativas de crescimento predominaram, chegando a 50%.
No recorte por porte das lojas (número de colaboradores) os mais otimistas quanto às vendas nos próximos três meses foram os pequenos (até quatro funcionários). Nesse segmento, as assinalações de alta predominaram e chegaram a 41%. No outro extremo, os home centers (mais de 99 colaboradores) mostraram-se bem mais cautelosos com 61% das respostas apontando para estabilidade nas vendas futuras.
Quando questionados sobre as ações do governo esperadas para os próximos doze meses, a edição de novembro do Termômetro revelou grande estabilidade em nível nacional frente a outubro.
Pela primeira vez na série histórica da pesquisa os resultados foram exatamente iguais aos do mês anterior. Assim, repetiram-se exatamente os percentuais de otimismo (32%), pessimismo (34%) e indiferença (34%).
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