MDIC

Novo comando

A Volta do MDIC

Texto: Redação Revista Anamaco

O pessebista Geraldo Alckmin foi empossado como ministro de Estado no terceiro governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva no dia 04 de janeiro e acumulará a função com a de vice-presidente da República. A solenidade, uma das mais concorridas e prestigiadas pela iniciativa privada, foi também uma das poucas a contar com a presença do presidente Lula. Alckmin assume o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que havia sido extinto em janeiro de 2019 e transformado em secretaria vinculada ao super Ministério da Economia pelo governo anterior.
Historicamente, o MDIC sempre representou o braço forte da indústria e do comércio dentro do governo federal, por ser responsável por propor e executar políticas públicas que incentivem os mercados, atuando junto a micro e pequenas empresas, na defesa comercial e nas negociações internacionais, entre outras. Através dele promove-se o desenvolvimento industrial e comercial do país, contribuindo para o crescimento econômico. Daí a grande repercussão da indicação de Geraldo Alckmin para o cargo.  A aliança entre Lula e Alckmin, na formação da chapa vencedora no pleito de 2022, já tinha como objetivo aproximar o petista da indústria, comércio e do agronegócio e esta indicação fortalece ainda mais o poder do vice-presidente, abre portas e ressalta a importância da indústria e do comércio dentro do novo governo.
Em seu discurso de posse, diante de uma plateia lotada e atenta, Alckmin disse que a hora é de união e de reconstrução. "União porque o esforço de reindustrializar o Brasil, de aperfeiçoar ainda mais nossa agroindústria e todo o parque industrial, agregando-lhes mais valor, e de incluir os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros em nossa economia, não são tarefas episódicas, mas uma obra de todo o governo, comprometido com um futuro melhor e mais justo para o nosso povo. E de reconstrução, porque depois de quatro anos de descaso, de má gestão pública e de desalinho com os reais problemas brasileiros, o presidente Lula, com acerto, determinou a recriação do MDIC, como uma medida fundamental para o Brasil retomar o caminho do seu desenvolvimento, como já ocorreu nos seus governos bem-sucedidos. A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável e que essa retomada ocorra sob o único prisma que a legitima, o da justiça social", afirmou o agora ministro, logo no início do evento.
Alckmin reforçou que a indústria brasileira precisa urgentemente retomar o seu protagonismo, expandindo a sua participação no Produto Interno Bruto. "As graves mudanças climáticas, o pós-covid, a guerra na Europa, estão indicando a premência de uma política de reindustrialização consensuada com o setor produtivo, a academia, sociedade e a comunidade internacional", frisou ele.

posse   posse 2

Fotos: Agência Brasil

"A indústria é essencial. São essenciais os empregos que gera, os tributos que recolhe, a riqueza que distribui. Para cada real produzido pelo setor industrial, a economia ganha algo em torno de 2,43 reais. O impacto positivo é percebido por todos os setores da economia. O momento nos impõe trabalharmos, incansavelmente, pelo emprego, pela distribuição de renda em apoio à indústria, ao comércio e ao setor de serviço. É urgente a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil, que reclama uma clara política de competitividade industrial contemporânea", complementou. 
Geraldo Alckmin e o presidente Lula visitaram um dia antes da posse a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Alckmin explicou que a visita se deu porque "é do ambiente consensuado, da boa política, que resultará o programa de reindustrialização brasileiro" e lembrou que a política de desenvolvimento industrial está intimamente relacionada com a  política de ciência, tecnologia e inovação, e também com a política de comércio exterior. ""Trabalharemos para garantir coerência e coordenação, bem como explorar sinergias dos esforços públicos nessas frentes", frisou.
O novo ministro do MDIC garantiu que o BNDES estará muito próximo do ministério. Afirmou que é fundamental fortalecer o papel do BNDES como alavanca do desenvolvimento econômico e social, como dinamizador da competitividade da indústria e das exportações, especialmente de maior valor agregado. 
Em  momento bastante aplaudido, Geraldo Alckmin citou a necessidade de uma reforma tributária. "O fortalecimento da indústria passa, invariavelmente, pela redução do custo-Brasil e pela melhoria do ambiente de negócios no país. Reforma tributária, neste contexto, é fundamental. Na campanha percorri várias fábricas em São Paulo e, em todas elas, ouvimos a necessidade da simplificação tributária, do avanço na questão tributária", disse olhando para o presidente Lula e citando os ministros Fernando Haddad e Márcio França.
O ministro reconheceu que há muito a ser feito e que o setor produtivo tem sido duramente penalizado pela ausência de uma política estatal hábil e eficiente. Destacou, ainda, que na agenda da produtividade é essencial a qualificação da mão de obra, dos recursos humanos para o novo mundo do trabalho e citou o Sebrae, como um trabalho relevante nesse sentido.
Alckmin reconheceu de forma enfática que o governo não chegará a resultados positivos se atuar desalinhado com o setor produtivo. "O empresariado brasileiro é qualificado, resiliente, atento às transformações e às demandas mundiais. Será da conciliação entre o Estado e o setor privado que resultará ampliação da integração do Brasil ao mundo. Valorizaremos a transparência e previsibilidade nas políticas industriais e de comércio exterior", prometeu sendo novamente aplaudido. E garantiu: "o novo MDIC será orientado para uma economia inclusiva, criativa e sustentável. A inclusão se dará em três sentidos: social, econômico e político. Trabalharemos incansavelmente ao lado dos demais colegas da Esplanada para criar mais empregos de qualidade, com carteira assinada e todas as garantias que o trabalhador deve ter, a inclusão terá um sentido econômico".


Foto em destaque: Ricardo Stuckert/PR

A Volta do MDIC
Compartilhe esse post:

Comentários