Acidentes elétricos mataram 384 pessoas no Brasil no primeiro semestre
Texto: Redação Revista Anamaco
Os registros de acidentes elétricos cresceram no primeiro semestre deste ano. De acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), de janeiro a junho, foram contabilizadas 949 ocorrências envolvendo situações de curtos-circuitos, fugas de corrente, ausência de manutenção, dimensionamento incorreto das instalações e outros fatores, que podem resultar em choques elétricos ou incêndios em comércios, residências ou indústrias, e até mesmo em hospitais. Deste total, 384 pessoas morreram. No ano passado, no mesmo período, foram 759 registros. Em 2020, 741; e, em 2019, 826 acidentes.
No que diz respeito aos choques elétricos, o primeiro semestre registrou 458 casos, com 330 mortes. O número é maior do que o mesmo período do ano anterior, quando foram apontadas 441 ocorrências, seguidas de 355 óbitos.
O estudo mostra que a Região Nordeste continua sendo a campeã quando o acidente envolve choque elétrico, com um total de 138 ocorrências, que tiraram a vida de 109 pessoas. Em segundo lugar, Sudeste e Sul empataram com 92 ocorrências, sendo que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo aferiram 61 mortes e os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina fecharam o semestre com 59 óbitos.
Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da Engerey Painéis Elétricos, observa que muitos desses acidentes de origem elétrica poderiam ter sido evitados se as pessoas dessem mais atenção à qualidade das instalações e não fizessem nenhum tipo de improviso ou gambiarra elétrica. “No que tange ao choque, por exemplo, a norma - NBR 5410 - obriga o uso do Dispositivo Diferencial Residual (DR) nas instalações elétricas. A função do aparelho é detectar fugas de corrente elétrica, como uma criança colocando o dedo na tomada, e assim desligar o circuito elétrico impedindo os acidentes ocasionados por choques elétricos, mas infelizmente a regra continua sendo ignorada”, explica.
Outro dado que chama atenção na pesquisa é o aumento dos incêndios originados por sobrecarga de energia e posterior curto-circuito. Em 2019, foram 260 casos de incêndios oriundos de sobrecarga elétrica; em 2020, 287; e, no ano passado, 288. O levantamento engloba todo o Brasil.
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