Ações da construção em momento desafiador
Texto: Redação Revista Anamaco
Na sequência da programação de lives semanais promovidas pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), foi realizada ontem (21/05), mais uma videoconferência no canal da entidade no YouTube, sempre com foco na discussão de assuntos de interesse do setor em tempos de pandemia.
O tema escolhido foi: "Ações da construção civil em momento desafiador", com a participação do presidente e do superintendente da Anamaco, Geraldo Defalco e Waldir Abreu, respectivamente; do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construçao (CBIC), José Carlos Martins; e do presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), Paulo Camillo.
O representante da CBIC iniciou a participação destacando que, nos últimos anos, houve sensível queda dos negócios da construção civil, que tem sofrido muito com a falta de investimentos. "Precisamos trabalhar para que o setor tenha mais visibilidade e apresentar propostas para viabilizar o aumento do número de construções e reformas. Temos um déficit de sete milhões de moradias e, quando a construção está aquecida, movimenta também a indústria e o varejo", comentou Martins.
Para ele, o momento é essencial para que entidades que representam o segmento da construção realizem um trabalho coletivo para mostrar, cada vez mais, que é preciso investir em um dos setores que mais contribuem para o aquecimento da economia do País. Martins lembrou, ainda, que é preciso aproveitar a oportunidade em que o brasileiro despertou para o fato de que a casa é o seu maior bem e que são necessárias medidas para facilitar o acesso ao crédito para construção e reforma. "Muitas famílias atentaram para o fato de que seu maior patrimônio é o seu lar e pretendem investir para deixá-lo mais confortável. Devemos fazer a nossa parte, mostrar ao Governo Federal a nossa importância para não perdermos espaço para setores mais organizados, como o automobilístico, por exemplo", acrescentou o presidente da CBIC.
O presidente da ABCP e do SNIC concorda com o fato de que é preciso melhorar a comunicação entre as entidades ligadas ao setor para que os pleitos sejam bem apresentados e, consequentemente, o setor tenha os anseios atendidos nas esferas governamentais. Na opinião de Camillo, a queda nas vendas e faturamento do setor teve início antes da pandemia de Covid-19. "Na verdade, a crise teve início em 2014. Até 2018, foram fechadas 22 fábricas de cimento", disse Camillo. Ele reforçou a tese de que, agora, a casa é o local de trabalho e de lazer e que, portanto é fundamental agir para que o consumidor priorize a reforma e a manutenção da sua residência e não a compra de celulares, veículos ou viagens.
Segundo o representante das entidades do setor cimentício, uma das estratégias possíveis na parceria com os municípios é a apresentação não apenas de produtos, mas de soluções, referindo-se, como exemplo, à viabilidade do uso de pavimento de concreto em rodovias, mais durável e de custo menor do que o asfalto comumente utilizado. "Temos de melhorar nossa comunicação. Precisamos vender para as cidades a solução, não apenas os produtos", salientou.
Camillo também ressaltou a importância de união setorial para apresentação de propostas que viabilizem e facilitem a concessão de crédito para o segmento, contribuindo para alavancar as vendas de toda a cadeia produtiva do setor.
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