Amanco Wavin oferece aulas aos colaboradores refugiados e migrantes
Texto: Redação Revista Anamaco
Após contratar, entre maio e outubro deste ano, 19 pessoas refugiadas e migrantes em situação de vulnerabilidade social, sendo 16 vindas da Venezuela e três do Haiti, a Amanco Wavin está dando suporte a esses trabalhadores por meio de ONGs e parceiros, com acompanhamento periódico e aulas de português. “A demanda de refugiados está movendo o mundo todo. Como nossa empresa tem atuação global, a inclusão de refugiados e migrantes entrou na agenda. Atualmente, o desafio das empresas é incluir esses colaboradores, afinal, estamos trazendo pessoas que não dominam o nosso idioma, então o que fazer para que se sintam em casa?”, questiona Renato Polonio, coordenador de RH da Amanco Wavin.
A resposta veio após muita pesquisa da empresa. Um grupo de trabalho foi montado, reunindo profissionais de diferentes áreas da companhia, para pensar em um programa com base em três pilares: contratação, inclusão e desenvolvimento. Assim, foi criado, no início deste ano, o Projeto Além das Fronteiras. Um dos passos da iniciativa foi buscar orientações junto à Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), além de unir forças com organizações que atuam nesta área, como a ONG Missão Paz de São Paulo. A instituição ministra aulas on-line de língua portuguesa, duas vezes por semana, aos novos colaboradores.
Para auxiliar no acompanhamento de colaboradores e promover a capacitação dos líderes, o projeto da Amanco Wavin teve, ainda, a parceria da Troca, negócio de impacto social que auxilia as empresas a transformarem, através do emprego, a vida de pessoas que vivenciam alguma vulnerabilidade. A Troca aderiu ao Fórum Empresas com Refugiados. “Além de incluir essas pessoas, fazemos o acompanhamento. Criamos uma metodologia muito focada no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e também no acompanhamento psicossocial. Então fazemos parcerias com instituições, conectamos essas pessoas e as incluímos nas empresas de forma produtiva”, explica Tarso Oliveira, CEO e fundador da Troca.
O acompanhamento, realizado semanal ou quinzenalmente, é feito por webconferência. São abordadas relações de trabalho e aspectos da vida pessoal. O líder também participa, dando feedbacks que se transformam em pontos de desenvolvimento, e recebe retornos do colaborador. “Isso ajuda a evitar problemas e a desenvolver pessoas de forma mais rápida, graças a esse olhar que vai além de só incluir”, complementa.
Os profissionais refugiados e migrantes da Amanco Wavin estão distribuídos nas unidades de Sumaré (SP) e em Joinville (SC) que, juntas, concentram cerca de 80% da mão de obra fabril da empresa. Atuando como operadores de produção, muitos deles estão trabalhando pela primeira vez na indústria.
Diante da produtividade e do comprometimento desses novos funcionários, a Amanco Wavin começou a ampliar o Projeto Além das Fronteiras, já que a própria gestão das fábricas solicitou mais contratações. Assim, praticamente dobrou o número de profissionais refugiados e migrantes na companhia: em maio, foram admitidos 10 e, agora, são 19. Além disso, para incluir mais pessoas refugiadas e trocar experiências com outras companhias, a Amanco Wavin aderiu ao Fórum Empresas com Refugiados como empresa participante e planeja expandir ainda mais o projeto para outras funções e unidades.“Essa iniciativa está sendo benéfica para os colaboradores, para a equipe do Projeto e para a gestão. Tivemos vários feedbacks positivos sobre a produtividade desses colaboradores, que servem de exemplo para os demais. O primeiro grupo de migrantes foi contratado há seis meses e todos seguem trabalhando conosco. Isso é um ponto de sucesso do programa”, acrescenta Polonio.
Foto: Divulgação