Ano marcado por efeitos herdados de 2020 - Revista Anamaco

Termômetro Anamaco Sebrae

Ano marcado por efeitos herdados de 2020

Texto: Redação Revista Anamaco

Realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) para a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o Termômetro Anamaco, em junho de 2021, completou um ano e se consolidou como mais um instrumento de análise para o acompanhamento do varejo de material de construção.
Criado em meio à pandemia de coronavírus, o indicador refletiu a conjuntura econômica de dois períodos atípicos - 2020 e 2021 - e revelou desde o otimismo dos revendedores com o avanço da vacinação até uma progressiva perda de euforia com os negócios. Nesse período, limitação do poder de consumo das famílias, desemprego e inflação mitigaram a recuperação da atividade econômica e todo o varejo sofreu com esse cenário.
O balanço de 2021 mostra que o ano foi marcado pelos efeitos “herdados” de 2020, como isolamento social e o pagamento do Auxílio Emergencial. De acordo com a FGV, entre janeiro e fevereiro, o indicador de vendas no mês atual teve forte alta (níveis acima de 100 indicam otimismo), voltando a cair em março, quando a segunda onda de Covid-19 levou a restrições sobre o setor, que precisou atender a portas fechadas por um período.
O primeiro trimestre assistiu a um zig-zag semelhante em termos do indicador-síntese de vendas correntes. Passado o mês de abril, tanto expectativas quanto vendas correntes voltaram a melhorar até junho, impulsionadas pela reabertura da economia. Entre julho e outubro, porém, houve nova inflexão, causada pelo ritmo lento da retomada da economia e pelo fim do Auxílio Emergencial.
No final do ano, enquanto o indicador de expectativas apresentava melhora sazonal, o indicador de vendas no mês corrente chegou ao nível mais baixo da série histórica. 
Encerrando 2021, em dezembro - período sazonalmente fraco para o varejo em geral - o estudo mostra que o percentual de assinalações de crescimento no mês corrente teve forte queda em relação a novembro. Em nível nacional, 22% dos entrevistados reportaram alta nas vendas contra 33% no mês anterior. No outro extremo, as assinalações de queda passaram de 28% para 38%. Com isso, o indicador-síntese referente a dezembro caiu abaixo do patamar de neutralidade (100), chegando a 84 pontos.
A pesquisa revela, que, apesar de sazonal, esse recuo foi bastante expressivo e o resultado do mês passado foi o pior da série histórica. Em termos comparativos, o indicador havia sido de 113 pontos em dezembro de 2020.
Sobre novembro, o indicador de percepção de dezembro apresentou queda de 21 pontos frente ao mês anterior, chegando a 84 pontos. O resultado do último mês do ano reverteu a alta de 18 pontos observada em novembro. Na comparação com dezembro de 2020, a queda foi de 29 pontos.
A piora intensa nas indicações de crescimento foi registrada em todas as grandes regiões na comparação com novembro. O mesmo aconteceu com relação às assinalações de alta na comparação com dezembro de 2020. No Centro-Oeste, essa piora anual chegou a 30 pontos percentuais
As expectativas dos revendedores de material de construção para os próximos três meses estiveram bem mais próximas do padrão sazonal típico. Em nível nacional, 42% dos entrevistados em dezembro apontaram esperar alta das vendas e apenas 16% esperavam queda. Em dezembro de 2020 esses percentuais foram de 40% e 21%, respectivamente.
A pesquisa também quis entender quais são as expectativas dos lojistas do setor para os próximos três meses por grande região. De acordo com os dados apurados, as perspectivas de estabilidade se igualaram às assinalações otimistas em nível nacional. No recorte por regiões, as expectativas de estabilidade superaram as de crescimento no Sudeste, no Sul e no Nordeste. Considerando as especialidades dos revendedores, houve grande heterogeneidade, sendo as lojas de material elétrico as mais otimistas e as de pintura as mais pessimistas.
Outra questão levantada pela pesquisa refere-se à avaliação dos revendedores em relação às ações do governo nos próximos 12 meses. O estudo revela que a avaliação otimista voltou a subir em dezembro, chegando a 52% das assinalações do Termômetro Anamaco. Frente a novembro houve alta de 5 pontos percentuais. Já na comparação com dezembro de 2020, foi registada pequena queda de 4 p.p.
Com o resultado de dezembro, as assinalações positivas voltaram ao patamar registrado em julho de 2021. Após dois meses de estabilidade no patamar de 28 p.p., a diferença entre assinalações positivas e negativas voltou a subir em dezembro, chegando a 32 p.p.

Foto: Adobe Stock

Ano marcado por efeitos herdados de 2020
Compartilhe esse post:

Comentários