Anuário Estatístico Sindicel destaca desafios e avanços do cobre no Brasil
Texto: Redação Revista Anamaco
O Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos de São Paulo (Sindicel) acaba de lançar o Anuário Estatístico Sindicel 2024, que apresenta dados, exclusivos, que revelam um panorama completo da cadeia produtiva do cobre no Brasil, com informações que vão desde produção, exportação e consumo até geração de empregos e arrecadação de impostos.
Com base em fontes como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Associação Brasileira do Cobre (ABCobre) e o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o documento oferece uma visão aprofundada e única sobre um setor essencial para o crescimento econômico e a segurança elétrica do País.
Entre os destaques, o anuário aponta que a produção de minério de cobre teve uma queda de 2,9% em 2022, mas registra uma expansão acumulada de 125,3% nos últimos 15 anos. No campo dos condutores elétricos de cobre, o consumo aparente cresceu 7,3%, marcando o quinto ano consecutivo de alta - um dado que ressalta a importância crescente desses produtos no mercado.
Por outro lado, os condutores elétricos de alumínio sofreram uma queda significativa de 13,1% em 2022, refletindo a volatilidade de segmentos do setor. No entanto, a produção nacional desse tipo de condutor expandiu-se em uma média anual de 6,1% entre 2007 e 2022, demonstrando um crescimento contínuo ao longo dos anos.
O setor de fibras ópticas é outro ponto de destaque da publicação. A produção aumentou 2,0% em 2022, com um crescimento médio de 22,6% ao ano desde 2007, evidenciando o papel vital dessas tecnologias na modernização da infraestrutura de telecomunicações do Brasil.
O Anuário também aborda os desafios que afetam, diretamente, a economia, como a queda de 3,3% ao ano no consumo de cobre refinado entre 2012 e 2022, refletindo uma retração significativa de 28,2% no período. Esse consumo per capita está abaixo do padrão internacional e sua recuperação é essencial para que o Brasil se alinhe com economias globais.
Outro dado relevante é o Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia produtiva do cobre, que alcançou R$ 13,5 bilhões em 2021, representando 0,8% do PIB industrial do País. O levantamento mostra que mais da metade dessa renda veio da mineração de cobre, seguida pela metalurgia e pela produção de bens transformados.
Além da importância econômica, o Anuário revela aspectos sociais significativos. A força de trabalho na metalurgia do cobre, por exemplo, apresenta salários 10% maiores para mulheres em relação aos homens, uma inversão positiva em relação à desigualdade de gênero. Também se destaca a baixa rotatividade de mão de obra, com mais da metade dos trabalhadores empregados no setor há mais de cinco anos.
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