Apesar de endividamento, inadimplência surpreende e mantém queda, apura CNC - Revista Anamaco

Cenário Econômico

Apesar de endividamento, inadimplência surpreende e mantém queda, apura CNC

Texto: Redação Revista Anamaco

O número de brasileiros endividados mostrou novo crescimento em setembro, mas os índices de inadimplência seguem ritmo oposto. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) deste mês, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta mais um recorde do indicador, apurado desde 2010: 74% dos brasileiros apresentaram dívidas em setembro, alta de 1,1 ponto percentual em relação a agosto e de 6,8 pontos ante 2020. Contudo, a redução da inadimplência no País indica um cenário mais positivo.
Na contramão do indicador de endividamento, a inadimplência mostrou a segunda redução mensal consecutiva: o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso atingiu 25,5%, o que representa 0,1 ponto percentual menor do que o nível de agosto, e um ponto abaixo do apurado em setembro de 2020.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, avalia que essa diminuição tende a se consolidar ao longo do ano, mostrando o esforço das famílias em manter seus compromissos financeiros em dia, seja por meio da renegociação, seja por maior controle dos gastos ou evitando o consumo de supérfluos. “É positivo e surpreendente ver que os brasileiros estão conseguindo controlar seus gastos e equilibrar melhor o orçamento, mesmo absorvendo mais dívidas para dar conta de suas necessidades. Isso porque a inflação mais alta vem diminuindo o poder de compra das famílias, em especial as de menor renda. Parece haver uma maior compreensão sobre o uso do crédito, ferramenta importante de composição de renda em períodos de crise financeira”, destaca.
Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa, aponta que o maior endividamento da população está relacionado, também, a fatores como juros relativamente baixos no Brasil para a tomada de crédito, tornando a contratação mais acessível. Mas o cartão de crédito, modalidade mais difundida no endividamento e a que tem o maior custo, renovou mais uma vez a máxima histórica (2010), representando 84,6% do total de famílias com dívidas.
Entre as regiões, o Sul alcançou o maior percentual de famílias com dívidas (82,3%), mas é a que tem a menor incidência de famílias com contas atrasadas, por exemplo (20,8%). Já o Nordeste encerrou o terceiro trimestre com a segunda maior proporção de endividados (76,2%) e a maior incidência de famílias com contas atrasadas (32%).

Foto: Adobe Stock

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