Atlas reúne líderes do atacado e varejo para discutir sucessão
Texto: Redação Revista Anamaco
Iniciou-se, hoje, a programação de palestras do Summit: Líderes de Famílias Empresariais, que reúne, em Punta del Leste, no Uruguai, mais de 90 líderes familiares no atacado e varejo de material de construção de diferentes portes do Brasil para debater o processo sucessório e seus desdobramentos.
O evento, que vai até o dia 14 próximo, tem como tema central ‘Desafios da Perpetuidade do Negócio’ e conta com a presença de Eduardo Bettanin, presidente do Grupo InBetta, do qual a Atlas faz parte, que abriu os trabalhos. “É fantástico poder estar aqui e agradecer a presença de todos. Mais do que a presença física, quero agradecer a energia, o brilho nos olhos. É empresa na veia, é preocupação com a perpetuidade, a busca por administrar a gestão dos negócios e dos sócios e familiares. Realmente, temos um ambiente vívido, onde podemos aprender muito com nossos colegas, pessoas que compartilham o mesmo mercado, a mesma região, mas têm esse espírito de colaborar, de trocar ideias, integrar-se com a indústria, com a cadeia toda”, disse. Segundo ele, a governança é o ponto mais importante para a perenidade da empresa e a sucessão é um tema que não é simples, mas é capital para o negócio, dando como exemplo o Grupo InBetta, com 77 anos de atividades.
Presente também, o diretor geral da Atlas, Márcio Atz, destacou a alegria de realizar novamente esse encontro e a responsabilidade de fazer um evento construtivo. Ele agradeceu a todos os envolvidos em torno da reunião de líderes de negócios do Brasil para discutir temas comuns a todos que é fazer as empresas funcionarem nas décadas que estão por vir. “Claro que há concorrência, mas vence quem trabalhar melhor, enquanto isso, dialogamos, compartilhamos. O diálogo cria pontes para conflitos, o que também é muito bom. Procuramos trazer uma parte importantíssima de conteúdos relevantes para todos nós, sempre com profundidade. Estamos todos preocupados com a formação de sucessores, gestores e diretores e temos muito a aprender”, afirmou em seu pronunciamento.
De acordo com o executivo, o objetivo é criar conexões entre as pessoas, compartilhar conhecimento e contribuir para a qualificação e melhoria dos operadores de varejo e atacado de material de construção do Brasil. “Nós ganhamos com isso. Se formos empresas melhores e tivermos clientes com empresas melhores, o sistema funciona melhor e o país avança e só temos a ganhar. É uma experiencia humana conviver num ambiente isolado do dia a dia, compartilharmos por maior tempo, estarmos expostos a conhecimento de maior profundidade, à troca ideia e experiencia, o que cria pontes, surgem projetos compartilhados”, concluiu.
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A primeira conferência programada para hoje teve como tema “Construindo um futuro perene: Conferência de governança familiar”, ministrada por Carlos Folle, professor de gestão empresarial e política empresarial, com doutorado no IESE Business School de Barcelona e MBA pela Cranfileld School of Management do Reino Unido.
Folle apresentou dados de pesquisa realizada com 1000 universidades e 122 mil estudantes, que apontou que 80,3% declaram querer um emprego ao final da graduação, 8,8% queriam empreender e 2,7% esperavam integrar a empresa da família. Cinco anos depois da graduação, 38,2% esperavam ter um negócio e 4,8% pretendiam entrar no negócio da família, demonstrando os desafios da sucessão.
Na avaliação do palestrante, a perpetuação das empresas familiares não costuma ter muito sucesso, chegando em torno de 30% da primeira para a segunda gerações do negócio, passando para 12% da segunda para a terceira e a 5% da terceira para a quarta, considerando uma transição plena de propriedade, poder político e gestão, sendo os problemas de relacionamento os principais motivos de insucesso.
Ele explicou que empresa familiar é aquela que recebe a influência da família, que tem peso político, imprime ideia nas perspectivas do negócio e na qual existe a vontade de perpetuar o sonho do fundador. Nessas companhias, coexistem os sistemas família, sociedade e empresa e na sobreposição disso surgem problemas.
De acordo com Folle, para uma transição bem feita, é preciso entender que a sucessão é um processo, não um evento único, e a liderança ativa é vital para esse processo, que deve ter a participação de todos, não apenas dos acionistas. Segundo ele, é importante coordenar a sucessão da propriedade com a sucessão da gestão.
Entre os desafios chaves para a sucessão, Folle destacou a definição de critérios para a escolha do sucessor, a eleição de um ou mais líderes, o momento certo para as transições da administração e societária. A necessidade dos líderes assumirem responsabilidades e a decisão do líder em retirar-se do poder também afetam esse processo. Além disso, o momento da sucessão da gestão depende da motivação do líder atual, bem como da qualificação e motivação do candidato.
A programação contou, ainda, com duas palestras, com o tema “Finanças para o futuro: superando os desafios para perpetuidade empresarial”, foi apresentada por Oscar Simões, diretor Acadêmico do ISE Business School, diretor e professor dos Departamentos de Economia e Direção Financeira e professor do Departamento de Direção Geral, com doutorado em Economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV); e “Transformação digital e longevidade do negócio: desafios e estratégias para o sucesso”, sob o comando de Ricardo Engelbert, diretor dos Departamentos de Operações, Tecnologia e Informação e Empreendedorismo, professor de Inovação e Direção Geral, com doutorado em Administração pela Universidade Positivo, MBA em gestão Executiva pela FGV e Advanced Mamagement Program (AMP) pelo IESE Business School.
No Brasil, mais de 500 convidados poderão acompanhar o evento de forma on-line no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Ceará. Participam, também, do evento, empresas como Adere, Arcelormittal, Kapazi, Suvinil, Aliança Metalúrgica, Ilumi, Mundial Prime e Viapol.
Fotos: Israel França - Divulgação e Beth Bridi/Grau 10 Editora