Auxílio muito necessário - Revista Anamaco

Propostas ao governo

Auxílio muito necessário

Texto: Redação Revista Anamaco

No último sábado, 04 de abril, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de uma videoconferência com representantes de entidades que compõem a União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), na qual destacou as medidas tomadas para amenizar os impactos do coronavírus (Covid-19) no setor.
No início do bate-papo, o presidente da Unecs, George Pinheiro, comentou que as entidades que compõem a Unecs, como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) e a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) representam 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, 65% das operações de crédito e débito, 9,9 milhões de empregos diretos e vendas equivalentes a R$ 1 trilhão por ano. Segundo ele, há uma grande preocupação com a crise causada pela pandemia e que são necessárias medidas imediatas para socorrer empresas de todos os portes. "É importante que o senhor nos passe a confiança do governo em relação às mudanças que nós temos de acreditar e de enfrentar, porque a situação está muito complicada. Pequenas, médias e grandes empresas terão um impacto muito grande e precisamos de números expressivos, do tamanho do Brasil", salientou.
Paulo Guedes afirmou que o desafio é enorme e lembrou que será necessária uma união para atravessar duas ondas: a da saúde e a da economia. O ministro disse que várias medidas estão sendo tomadas, ressaltou que pagamentos de serviços essenciais não podem ser interrompidos e reconheceu a importância do varejo brasileiro na economia e como grande gerador de empregos. "Vocês são as veias de circulação da economia brasileira e é muito importante nos esforçarmos para não interromper os fluxos de pagamentos, preservando os serviços vitais, como telefonia e energia elétrica, entre outros", afirmou. 
Guedes lembrou que, inicialmente, o Governo criou medidas para socorrer os trabalhadores informais, que receberão auxílio de R$ 600 reais por mês e custo total de R$ 98 bilhões e declarou que serão aplicados mais R$ 800 bilhões, nos próximos três meses, para estimular a economia e para iniciativas como incentivo para que as empresas mantenham os empregos. "Inicialmente, estamos liberando R$ 40 bilhões para o pagamento da folha e R$ 51 bilhões para o programa de suplementação salarial. As medidas contemplarão empresas que faturam até R$ 10 milhões ao ano, mas deveremos incluir empresas com faturamento de até R$ 300 milhões", anunciou o ministro. A redução de impostos da folha de pagamento também está entre os planos do Governo Federal. Segundo ele, estas medidas contribuirão muito para a circulação de dinheiro no País, atingindo setores como o comércio em geral. 
Questionado sobre a burocracia e a demora para que estes recursos sejam repassados às empresas, o ministro afirmou que o crédito focalizado deve ser prioridade, que há burocracia por se tratarem de recursos públicos, mas que o problema será solucionado, ou seja, o foco é desburocratizar o acesso ao crédito e radicalizar o microcrédito. Ele acrescentou ainda que é preciso atacar de frente um dos mais cruéis impostos brasileiros, que é o imposto sobre a criação do empregos. "Nossa saída vai passar por redução de impostos. Criar empregos deve ser fácil, barato e estimulante. A retomada, a geração de empregos em massa que vamos precisar mais adiante virá da eliminação, da redução e simplificação de impostos", declarou. 

"Vocês são as veias de circulação da economia brasileira e é muito importante nos esforçarmos para não interromper os fluxos de pagamentos, preservando os serviços vitais, como telefonia e energia elétrica"
Paulo Guedes

Representantes da Unecs sugeriram medidas para agilizar a chegada dos recursos, como, por exemplo, através de aplicativos dos bancos públicos e uso das máquinas de cartões para concessão do crédito diretamente às pequenas empresas. Guedes afirmou que as sugestões são boas e podem ser viabilizadas. Outro pleito foi a antecipação dos feriados dos próximos meses, o que, segundo o ministro, deverá ser autorizado. Com esta medida, ficaria permitida a abertura dos comércios em feriados e aos domingos em âmbito nacional, sem o custo trabalhista adicional decorrente das convenções coletivas sore o trabalho nestas datas. 
O ministro reforçou que não faltarão recursos para auxiliar estados e municípios e socorrer as empresas que enfrentam e ainda enfrentarão muitas dificuldades, destacando ações como rolagem da dívida dos municípios e novos empréstimos. "Vai ter dinheiro para todo mundo, agora vamos manter a economia respirando". 
Ele reafirmou que não se deve estimular uma cultura de calote e que o governo está atento ao problema de excesso de impostos, o que levou a várias isenções e chamou atenção para a necessidade da redução e simplificação de impostos que possam contribuir para a geração de empregos, como o que incide sobre a folha de pagamento das empresas. 
"Vocês sabem, mais do que ninguém, pois são os maiores geradores de empregos do Brasil, o que significa o imposto da folha de pagamentos. E a retomada da geração de empregos passa por ai. Teremos de ter a ousadia de fazer o que não tivemos coragem de fazer até agora. Agora a prioridade é a saúde, mas, ali na frente, avançaremos com a reformas estruturais para a retomada do crescimento econômico", complementou o ministro.
No final da reunião, em que os representantes do setor manifestaram apoio aos projetos anunciados pelo Governo Federal, Guedes sugeriu que representantes da Unecs montassem um grupo de trabalho para discussões semanais com secretários do Ministério da Economia sobre as medidas necessárias para auxiliar o setor do varejo. O objetivo é que haja um feedback sobre o andamento de projetos como o que prevê a concessão dos recursos que devem chegar o mais breve possível aos que precisam de auxílio. ˜Com isso, podermos monitorar exatamente o que está acontecendo, se o dinheiro está chegando na ponta, se os aplicativos de crédito foram implementados ou não. Montem este grupo, este comitê de emergência para assuntos de varejo e fiquem em contato conosco. Semana que vem já teremos a primeira reunião", finalizou. 



Foto: Alan Santos/PR

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