Bloco do Beco e AkzoNobel transformam a comunidade Jardim Ibirapuera
Texto: Redação Revista Anamaco
O Jardim Ibirapuera, localizado na zona sul de São Paulo, uma comunidade de 41 mil pessoas e 14.500 domicílios, está passando por uma revolução cultural por meio de uma parceria entre o Bloco do Beco e a AkzoNobel. O projeto "Escadão Galeria", que une arte urbana, educação e mobilização comunitária, está transformando escadões em galerias de arte a céu aberto, promovendo a beleza e um novo sentido de pertencimento e convivência para os moradores. O evento inaugural celebrando a conclusão do primeiro escadão foi realizado, em 15 de outubro, no Dia do Professor, em alusão à temática da Educação que deu vida a um dos três escadões.
O projeto é também uma homenagem à primeira iniciativa de alfabetização do bairro, a Escolinha da Tia Maria. A data contou com apresentações culturais, exposições das oficinas e depoimentos dos participantes, promovendo um novo espaço de convivência para a comunidade.
Luiz Claudio, um dos fundadores do Bloco do Beco, explica que o objetivo é mostrar que a cultura e a arte têm o poder de transformar esteticamente e socialmente. “Quando a comunidade se envolve, ela se apropria do espaço e passa a vê-lo como uma extensão de sua própria identidade. Esse é o verdadeiro impacto do 'Escadão Galeria': o local que, até então era invisível, agora se torna um ponto de encontro, convivência e orgulho para todos. Nossa meta é, até 2030, revitalizar os 20 escadões que compõem o eixo central de nossa comunidade, transformando-a na mais colorida da cidade de São Paulo", comenta, acrescentando que o apoio da AkzoNobel, por meio de Lei Rouanet, foi fundamental para a realização desta etapa do projeto.
Há dois meses, o Bloco do Beco realiza a mobilização da comunidade e oficinas de arte-educação focando em técnicas de desenho e mosaico. Os moradores trabalham junto aos educadores para planejar as intervenções e se preparar para a etapa prática. A proposta vai além da usual abordagem de arte educação: é uma ferramenta de transformação social, na qual moradores se apropriam dos espaços públicos e artistas locais têm a oportunidade de protagonizar mudanças em suas próprias realidades.
As intervenções artísticas nos escadões acontecerão entre outubro e dezembro, com a participação ativa da comunidade na pintura dos degraus e aplicação de mosaicos, revitalizando a área com obras de arte que refletem a cultura e a identidade local.
Cada um obedece a uma temática específica: o primeiro, com o tema educação; o segundo, com a temática ambiental, que deverá refletir a relação da comunidade com a água; e o terceiro, relacionada a livros e leitura, dialogando com a biblioteca infantil gerida pela organização.
A AkzoNobel financia a realização de três escadões, oficinas de arte educação para jovens e adultos, além de um minidocumentário que conta a história do projeto e de uma pesquisa de percepção dos impactos da intervenção no local. “Esperamos que esse apoio enriqueça a cultura promovida pelo Bloco do Beco e que possamos contribuir com nossas cores para promover a transformação de comunidades e o desenvolvimento sustentável”, comenta Flavia Yumi Takeuchi, gerente de sustentabilidade da AkzoNobel.
A essência do projeto é transformar espaços negligenciados em lugares de encontro, cultura e identidade, utilizando a cultura como meio de reconexão com o território. O escadão, que antes era apenas uma passagem, agora se torna uma galeria de arte comunitária, criada pelas mãos dos próprios moradores do Jardim Ibirapuera.
A ideia nasceu da criação de um modelo de bairro educador, o Ibira30, uma espécie de laboratório de inovação social e organização comunitária que trabalha em prol do desenvolvimento local e da redução das desigualdades sociais no bairro. Nessa perspectiva, a organização mapeia ou cria tecnologias sociais com potencial de escalar soluções para problemas locais complexos.
Inspirado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, o programa trabalha o desenho de ODSs locais e o projeto em questão dialoga com o eixo de Comunidades Sustentáveis que, no bairro, trabalha junto às famílias pelo aumento da urbanização inclusiva e sustentável, aprimorando a capacidade para o planejamento, para o controle social e para a gestão participativa, através de práticas e ferramentas que garantam o acesso equitativo aos recursos e serviços urbanos, assim como o exercício dos direitos fundamentais dos moradores.
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