Bosch cresce em 2021 e anuncia investimentos em diversas áreas
Texto: Redação Revista Anamaco
A Robert Bosch divulgou, hoje, os resultados de suas operações no Brasil e na América Latina. O CEO e presidente da companhia na América Latina, Gastón Diaz Perez, destacou o forte crescimento observado em 2021 nas diversas áreas de negócios: mobilidade, tecnologia industrial, energia e bens consumo, na qual se enquadram as ferramentas.
Com 440 subsidiárias e 403 mil colaboradores no mundo, globalmente, a companhia registrou, no ano passado, vendas de 78,7 bilhões de euros, com EBIT (lucro antes de juros e tributos) de 3,2 bilhões de euros. “Mesmo com todas as incertezas que enfrentamos ao longo de 2021 com a pandemia, como a falta de matéria-prima, aumento nos custos de produção e adversidades enfrentadas nos campos social, econômico e político, conseguimos crescer vertiginosamente em todas as nossas áreas de atuação e países onde estamos presentes. Este é, com certeza, o melhor resultado do Grupo Bosch na região nos últimos anos, o que nos mostra que a estratégia de longo prazo combinado com o desenvolvimento de soluções e serviços com foco em “Tecnologia para vida” para diferentes setores de negócios foi assertiva”, afirma.
Os números verificados nas operações latino americanas também não decepcionaram. Depois de crescer entre 6% e 7% em 2020, as vendas da companhia, que atua em praticamente todos os países da região, com presença em dez deles, cresceram 35%, alcançando a cifra de R$ 9,2 bilhões, incluindo exportações e vendas de empresas coligadas. O Brasil representa 73% do volume de vendas da região e atingiu faturamento de R$ 6,8 bilhões, dos quais 25% correspondem às exportações para os mercados da América Latina, América do Norte e Europa.
Individualmente, a divisão de mobilidade registrou R$5,4 milhões de faturamento, alta de 34% sobre 2020, referentes a 62% dos resultados totais. A área tecnologia industrial alcançou faturamento de R$ 786 milhões - 9% do total - com crescimento de 41% no ano. A unidade de energia e tecnologia predial ampliou seu faturamento em 22% sobre o ano anterior, somando R$ 532 milhões, representando 6% do faturamento. A área de bens de consumo, que engloba o portfólio de ferramentas elétricas, atingiu R$ 2 bilhões de faturamento, valor 34% superior do verificado em 2020, representando 23% do total, praticamente dobrando o volume em dois anos.
O Brasil representa 73% do volume de vendas da América Latina e atingiu faturamento de R$ 6,8 bilhões, dos quais 25% correspondem às exportações
Segundo Perez, uma das apostas da companhia é o mercado de ferramentas. A empresa vem implementando um projeto de produção de ferramentas à bateria na unidade fabril de Campinas (SP).
Os investimentos foram, da mesma forma, significativos: um total de R$ 806 milhões, destinados à pesquisa e desenvolvimento – com R$ 218 milhões -, digitalização - R$190 milhões - e bens de capital - R$ 398 milhões. A Bosch tem direcionado atenção, ainda, para outras áreas, como sistemas inteligentes para o setor agrícola, para o aumento da eficiência em atividades de mineração, soluções para indústria 4.0 e exportação de serviços relevantes para o mercado latino-americano.
Para 2022, as perspectivas seguem positivas, apesar das incertezas causadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, os lockdowns na China e falta de matéria-prima em diversos segmentos, bem como a alta da inflação, dos juros e o aumento dos custos de produção.
Sem fazer previsões, Perez destaca que as estratégias da Bosch para a América Latina focam a diversidade, digitalização, inovação, expansão regional e novos negócios, em setores, como Internet das Coisas (IoT) com Inteligência Artificial (AI) na geração de novos negócios e, assim, se tornar uma empresa líder em AIoT (AI + IoT), direcionadas a diferentes setores econômicos. A intenção é tornar o Grupo Bosch na América Latina um centro de competência global em transformação digital. No ano passado, foram realizados investimentos de cerca de R$331 milhões no desenvolvimento e na competitividade de suas unidades fabris na região.
Globalmente, depois de alta significativa em vendas, no ano passado, no primeiro trimestre deste ano, a receita de vendas aumentou 5,2% e, para 2022 como um todo, a Bosch espera que cresça mais de 6%, com margem EBIT na faixa de 3% a 4% - mesmo com a probabilidade de encargos significativos devido ao aumento dos custos de energia, matérias-primas e logística.
Um ponto importante são os esforços da empresa em reduzir o aquecimento global mesmo em um ambiente econômico desafiador. Estão previstos investimentos de cerca de 3 bilhões de euros ao longo de três anos em tecnologia neutra para o clima, como eletrificação e hidrogênio. Para se ter uma ideia, os pedidos da empresa relacionados à eletromobilidade ultrapassaram dez bilhões de euros pela primeira vez.
A área de bens de consumo, que engloba o portfólio de ferramentas elétricas, atingiu R$ 2 bilhões de faturamento, valor 34% superior do verificado em 2020
Conjuntamente, a Bosch está entrando no negócio de componentes para produção de hidrogênio por eletrólise, com investimentos de cerca de 500 milhões de euros nesta nova área de negócio até ao final da década - com cerca de metade até o lançamento no mercado, previsto para 2025. A digitalização será outro foco de atenção: 10 bilhões de euros serão destinados à transformação digital dos negócios da companhia nos próximos três anos.
Ainda no quesito ambiental, a Bosch foi a primeira empresa industrial global a tornar suas mais de 400 localidades neutras em CO2 até o final de 2020. Além disso, a empresa realizou diferentes ações no Brasil com o objetivo de obter uma geração de energia limpa e renovável em 2021. Foram instalados mais de 2.600 módulos nas plantas de Campinas e Curitiba (PR) para usinas fotovoltaicas com capacidade de gerar mais de 1.600MWh/ano e reduzir a emissão de mais de 200 toneladas de CO2 por ano. Foi realizada a troca de lâmpadas fluorescentes por LED e a plataforma de gestão de energia, utilizada para o monitoramento de consumo de energia com auxílio de AIoT.
Sem deixar de lado seu papel diante da sociedade, a Bosch mantém, há mais de 60 anos, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Escola Técnica de Aprendizagem da Bosch (ETS), com diversos cursos voltados à preparação de profissionais para a indústria do futuro, como Técnico em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Smart Automation) e Operador de Fabricação Mecânica (Manufatura Digital). De acordo com Perez, a ideia é identificar, desenvolver e disseminar talentos na área de tecnologia.
O Instituto Robert Bosch (INRB), braço social do grupo Bosch no Brasil há 50 anos, passou a oferecer aos adolescentes em vulnerabilidade social que vivem no entorno das plantas e escritórios da empresa uma trilha do desenvolvimento. Durante três anos, esses jovens passam por diferentes etapas que envolvem o desenvolvimento de competências socioemocionais, reforço escolar e formação profissionalizante. Ao todo, o INRB impacta 350 jovens diretamente e cerca de 2.700 de forma indireta, com programas sociais e parceiras com ONGs.
Foto: Divulgação