Brasil registrou, em 2023, 781 mortes por acidentes elétricos, aponta Abracopel
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com dados apontados no novo Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica, realizado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos de Eletricidade (Abracopel), em 2023, ocorreram, no Brasil, 2.089 acidentes elétricos, incluindo choques, incêndios e raios. Desse total, 781 resultaram em óbitos. Em comparação a 2022, quando foram registrados 1.828 casos, houve um aumento de 261 ocorrências.
Entre os acidentes registrados, 674 foram causados por choque elétrico, 67 por incêndios devido à sobrecarga de energia e 40 por descargas atmosféricas (raios). Nesse cenário, os locais com maior incidência de mortes por choque elétrico continuam sendo as redes aéreas, totalizando 418 ocorrências, com 267 mortes.
Nas residências, foram registradas 274 ocorrências, resultando em 210 mortes. Entre os acidentes residenciais, 37 mortes foram causadas por fios desprotegidos dentro de casa, 31 por eletrodomésticos e 24 devido à manutenção doméstica inadequada. Ainda em relação aos acidentes por choque elétrico, a Região Nordeste foi a que registrou o maior número de ocorrências, com um total de 291 acidentes, representando 29,5% do total. Em seguida, vem o Sul, com 233 casos, seguido pelo Sudeste (189), Centro-Oeste (146) e Norte (127).
A Região com mais óbitos foi o Nordeste, com 218 mortes. Em seguida, estão o Sul (136), Sudeste (118), Centro-Oeste (94) e Norte (108). "Uma notícia preocupante do Anuário de 2023 é que o número de registros de mortes por choques elétricos, que no ano anterior tinha diminuído, voltou a aumentar, crescendo 13,7%. No período acumulado de cinco anos (2019-2023), foi observada uma redução de 3,3% no número de fatalidades, entretanto, um aumento de 7,2% no número total de acidentes. Mesmo com a leve redução no número de vítimas, este não é um motivo para comemoração, pois os números continuam elevados", explica Vinicius Ayrão Franco, presidente da Abracopel.
Segundo ele, é importante seguir medidas de segurança ao lidar com eletricidade, como desligar a fonte de alimentação antes de fazer reparos ou manutenções, usar equipamentos de proteção individual adequados e garantir que as instalações elétricas estejam em boas condições. Além disso, é fundamental evitar o contato com água ao manusear aparelhos elétricos e jamais sobrecarregar as tomadas. Em caso de choque elétrico, é importante buscar ajuda médica imediatamente e nunca tentar tocar na pessoa enquanto ela estiver em contato com a corrente elétrica.
Fabio Amaral, sócio-diretor da Engerey, especializada na fabricação de painéis elétricos, acrescenta que as pessoas devem estar atentas também à utilização do Dispositivo Diferencial Residual (DR) em instalações elétricas, juntamente com a presença de sistemas de aterramento funcionais, condutores de proteção (fio terra), pontos de tomada e ter uma instalação elétrica que atenda às normas técnicas vigentes. “Esses são elementos essenciais para garantir a segurança mínima necessária em instalações elétricas de baixa tensão, e é o que reduzirá as chances de acidentes causados por choques elétricos dentro de casas e edifícios", pontua.
Marco A. Stoppa, dirigente da Reymaster Materiais Elétricos, reforça a importância da seleção adequada de material elétrico e da manutenção regular para garantir o funcionamento seguro de toda a instalação. Ele também chama atenção para a realização de inspeções periódicas, que devem ser conduzidas exclusivamente por profissionais qualificados. "Somente eles podem detectar possíveis falhas e garantir a segurança do sistema elétrico como um todo. A manutenção preditiva em instalações elétricas é comparável a uma revisão de carro: é essencial para o funcionamento ideal a longo prazo e para evitar gastos desnecessários com reparos futuros. Investir em prevenção é investir na segurança e eficiência das instalações elétricas residenciais", finaliza.
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