Cartão de crédito e cheque especial são as maiores dívidas das famílias paulistas - Revista Anamaco

Endividamento e inadimplência

Cartão de crédito e cheque especial são as maiores dívidas das famílias paulistas

Texto: Redação Revista Anamaco

O endividamento decorrente do uso do cartão de crédito e do cheque especial pode ser uma armadilha financeira que afeta muitas famílias. Pesquisa realizada pela Fundação Seade mostra que, em 2023, o pagamento em dia das dívidas assumidas pelas famílias no Estado de São Paulo melhorou quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior. O levantamento foi realizado por telefone e entrevistou 3.635 pessoas com 18 anos ou mais.
De acordo com o estudo, o nível de endividamento e os respectivos pagamentos, interfere, diretamente, no poder de consumo e na qualidade de vida das pessoas e das famílias, pois parte de seus gastos com alimentos, remédios, moradia e uso de serviços essenciais, como água, gás e energia elétrica, pode ficar comprometida.  
Este ano, 59% das famílias no Estado de São Paulo estão endividadas, parcela igual à observada em 2022. O endividamento é menor na faixa de renda familiar mais alta (mais de dez salários mínimos, com 46%) e maior naquelas famílias com renda de mais de um a dez salários mínimos (62%). O interior paulista apresenta maior proporção de endividamento (61%) do que a Região Metropolitana de São Paulo (57%).
A pesquisa revela, ainda, que em 84% dos casos de contas em atraso, os motivos são cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos, 31% de financiamento de imóvel ou aluguel e 18% de financiamento de automóvel.
Para 29% das famílias com atraso em seus pagamentos, o tempo estimado para que possam colocar as contas em dia é de três meses a um ano, enquanto 39% não têm ideia de quando poderão efetuar seus pagamentos, proporção que equivale a 42% na RMSP e 55% entre as famílias com renda de até um salário mínimo.
Outro dado apurado pelo levantamento mostra que a proporção de famílias que consegue guardar dinheiro se restringe a 10% das famílias de até um salário mínimo e 62% das famílias com mais de 10 salários mínimos, desigualdade que se reflete na forma de obtenção de recursos para financiar seus gastos: nas famílias de até um salário mínimo 49% usa o dinheiro que consegue guardar para realizar suas despesas, provavelmente em função de dificuldades de obter crédito no setor financeiro (apenas 18% o fazem), enquanto nas famílias de mais de três salários mínimos 43% obtém crédito em banco ou financeira.

Foto: Adobe Stock

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