Cenário econômico assusta
O Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) acaba de divulgar a Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra para o período compreendido entre outubro e dezembro deste ano. O levantamento, realizado em parceria com a Felisoni Consultores Associados, com a E-bit e com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) chega a ser desanimadora para as lojistas do varejo paulistano.
Segundo a pesquisa, o índice de consumidores que pretendem efetuar a compra de bens duráveis no último trimestre do ano é de 40,4%. Esse percentual representa uma queda de 6,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2013 e é o menor desempenho dos últimos oito anos.
A amostra, composta por 500 consumidores da cidade de São Paulo, analisa além da intenção de compra e de gasto em relação a diversas categorias de produtos, a utilização de crédito nas compras.
Nesse cenário, entre os itens mais desejados neste momento estão os produtos da construção. Segundo a pesquisa, entre os entrevistados, 6,2% manifestaram a intenção de comprar no varejo do segmento. Esse percentual é idêntico ao verificado no último trimestre de 2013, mas representa um recuo em relação ao levantamento realizado no terceiro trimestre, quando 7,8% pretendiam fazer compras nas lojas de material de construção.
Os valores que deverão ser gastos nos próximos meses também são inferiores em relação às duas bases da amostra. Enquanto no último trimestre de 2013, os entrevistados afirmaram que tinham a intenção de gastar R$ 6.511, no terceiro trimestre deste ano, esse valor caiu para R$ 6.106 e recuou, agora, de novo para R$ 5.698. Para efetuar o pagamento, entre os entrevistados de todos os segmentos envolvidos na pesquisa, 63,4% pretendem usar o crediário.
Na avaliação de Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar/FIA, os resultados do levantamento reforçam a ideia da forte desaceleração do consumo em 2014. Aqui, levando-se em consideração não apenas as lojas de material de construção, mas o varejo como um todo. “Esse cenário se apresenta desta forma devido a uma série de conjuntos, como maior preocupação das famílias com a inadimplência, juros altos e inflação, mesmo com o recebimento do 13º salário”, observa o especialista.