CNI projeta crescimento de 2,1% do PIB em 2023
Texto: Redação Revista Anamaco
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que, neste ano, a economia brasileira vai crescer 2,1% em relação ao ano passado e o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria será de 0,6%, com queda de 0,9% na indústria de transformação.
Os dados são do Informe Conjuntural - 2º trimestre de 2023, que mostram desaceleração em relação a 2022, com um quadro particularmente desafiador para a indústria e para as atividades do varejo mais sensíveis ao crédito.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, observa que é preciso ter cautela ao analisar a crescimento do PIB do Brasil. Segundo ele, esse percentual reflete a expectativa de aumento de 13,2% do PIB da agropecuária, no entanto, a indústria e o serviços desaceleraram, o que mostra uma economia menos saudável do que a desejada. “A expansão de 2,1% é relevante, mas se isolarmos o resultado da agropecuária, o ritmo de crescimento do Brasil diminuiu. A indústria enfrenta os efeitos dos juros altos, com restrição no crédito bancário, o que vemos penalizar tanto empresários quanto consumidores. Além disso, o setor de serviços, que acumulou avanços expressivos desde 2020, também agora se encontra em movimento de desaceleração”, explica.
Nesse cenário, o PIB da Construção, que cresceu 10%, em 2021, e 6,9%, em 2022, deverá ter incremento de apenas 1,5%. A perda do dinamismo é reflexo do forte aumento dos custos da construção e do ambiente de juros altos. “As alterações feitas ao programa Minha Casa Minha Vida anunciadas em junho deste ano devem ter efeitos em 2024”, avalia o economista.
A expectativa é que o consumo das famílias seja 1,8% maior em 2023 em comparação a 2022. Azevedo comenta que o consumo deverá ser sustentado pelo aumento de 6,8% na massa de rendimento real em 2023, pois a concessão de crédito à pessoa física tem caído desde setembro de 2022, com avanço apenas em março de 2023. “Estímulos fiscais, como as mudanças no Bolsa Família em janeiro de 2023, também deverão contribuir com o avanço do consumo em segmentos como mercados e farmácias”, completa.
Já o mercado de trabalho, na avaliação da CNI, tende a manter baixa taxa de desemprego. A estimativa é de expansão de 2% do número de pessoas ocupadas no quarto trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022. “O crescimento das ocupações deve contribuir para o recuo de 1 ponto percentual na taxa de desemprego média de 2023 ante 2022. A previsão é de taxa de desemprego de 8,3%”, finaliza.
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