Prêmio Anamaco 2021

Texto: Redação Revista Anamaco
Fotos: Divulgação

Depois de um profundo processo de reestruturação consolidado no ano passado, a Eternit só tem motivos para comemorar.  A empresa, que deixou o uso de amianto e migrou para a fabricação de telhas de polipropileno, registrou, em 2020, alta de 34,7% da receita bruta e 39,9% da receita líquida sobre o ano anterior.  O EBIDTA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 19% no período.
A renovação da empresa passou, ainda, pela redução de estruturas administrativas e de custos fixos, além da revisão do portfólio de negócios, deixando de atuar nos segmentos de louças e metais sanitários e reservatórios de água, para concentrar as operações nos setores nos quais tem mais vantagem competitiva. A estratégia deu certo.
De acordo com o CEO da Eternit, Luis Barbosa, o ano de 2020 mostrou-se um período de prosperidade, beneficiado, também, pelo aquecimento do mercado e pelo auxílio emergencial. Ainda que os primeiros seis meses do ano tenham apresentado certa insegurança, o segundo semestre foi muito bom, especialmente porque a empresa já estava reestruturada.
Os investimentos também seguiram como o planejado, com recursos destinados à recuperação das fábricas, modernização de ativos e para o segmento de telhas fotovoltaicas. “O período foi melhor do que o esperado”, revela Barbosa.
Paralelamente às mudanças internas, a Eternit adotou maior aproximação com os pequenos e médios lojistas, com efeito direto nos resultados e nos volumes de venda. “Estarmos próximos aos clientes nos permite identificar de maneira mais rápida e assertiva como atender às demandas do canal. Temos atuado de forma consistente no ponto de venda, com material de divulgação de produto e da marca, treinamento aos balconistas e suporte técnico”, destaca o diretor Comercial da Eternit, Rodrigo Inácio.    
Segundo Inácio, a disponibilidade de produto e agilidade na entrega geram valor a esses clientes que não têm estoque e poderiam utilizar os da Eternit como seus próprios estoques. “Temos uma relação muito próxima do varejo de forma direta e este canal de vendas representa mais de 95% do faturamento da companhia. O pequeno e médio varejo são estratégicos para a Eternit e hoje somam quase 20 mil clientes ativos em todos os Estados do País”, salienta.

DIVERSAS FRENTES
Recursos foram destinados à recuperação das fábricas, modernização de ativos e para o segmento de telhas fotovoltaicas

Barbosa explica que foi feito um detalhado trabalho de mercado, por região e municípios de interesse, que redefiniu políticas e equipes comerciais e de logística para atender diretamente a pequenos pedidos. O modelo logístico foi adaptado para o atendimento destes portes de lojas, dando garantia e agilidade na entrega e está em desenvolvimento uma ferramenta de controle e gestão de transporte para dar maior visibilidade ao processo e melhoria nos serviços de entrega.
A estratégia da empresa foi reorientar-se para esse mercado. Para isso, áreas foram reorganizadas, criadas e reforçadas, como inteligência de mercado e trade marketing, pricing, inovação, logística e planejamento integrado de vendas e operações. A estrutura de vendas também foi reconstruída com profissionais de perfil mais afim com a nova cultura e engajados na reinvenção da empresa e no crescimento sustentável. “Esta reorganização nos fez ter um olhar de fora para dentro, foco no atendimento do que o mercado nos demanda e não aquilo que a fábrica tem capacidade de produzir”, explica Inácio. Hoje, mais de 80% do time comercial da Eternit possui menos de quatro anos de casa.
Esse trabalho segue neste ano, que se mostra novamente positivo. “O primeiro semestre foi muito bom, com recordes de volumes e financeiro, com lucro líquido de R$ 118 milhões sobre os mesmos meses de 2020. No segundo trimestre, o lucro líquido foi de R$ 60 milhões, um salto de 375% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, ressalta Barbosa, que se diz otimista em relação a este ano.
O destaque foi o segmento de telhas, que atingiu margem bruta acumulada no semestre de 40%, correspondente ao aumento de 25% frente ao primeiro semestre de 2020. O volume de vendas de telhas no ano foi de 370 mil toneladas, o melhor resultado semestral desde 2016, 39% superior ao mesmo período do ano passado.
As boas perspectivas têm como base, não apenas fatores internos, mas também externos, como o avanço da vacinação, recordes de arrecadação governamental, crescimento dos setores agrícola e mineral e a economia com tendências de retorno ao aquecimento.
O CEO da Eternit ressalta a continuidade dos investimentos na modernização das estruturas fabris e na redução de gargalos. As plantas de Goiânia (GO) e Rio de Janeiro (RJ) terão suas capacidades de produção ampliadas, visando aos Estados das regiões Norte e Nordeste. Há a expectativa, ainda, de finalização da aquisição da Confibra, que representará acréscimo de 20% na capacidade produtiva.

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LUIS BARBOSA E RODRIGO INÁCIO
Mudança de cultura e de estratégia e resultado melhor do que o esperado