Confiança em baixa

Começo de ano com menos confiança

A política de aumento do compulsório adotada pelo Banco Central no último mês, com a retirada de cerca de R$ 60 bilhões da economia, foi responsável pela redução na Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Após registrar recorde em dezembro, o índice caiu 3,8% em janeiro, passando de 147,2 pontos para 141,6.
O crédito mais caro para o consumidor começa a causar o efeito que o governo desejava: uma redução no consumo e, consequentemente, no crescimento econômico para 2011, o que deverá acarretar uma menor geração de emprego e renda. No comparativo anual, porém, a situação é oposta e o ICF apresentou alta de 2,1%.
Em janeiro, ao contrário do que foi visto em dezembro, todos os itens registraram redução na comparação mensal. A queda mais expressiva ficou por conta do item Momento para Duráveis (-8,1%), chegando aos 136,2 pontos em comparação com dezembro.
Na categoria Acesso a Crédito, a variação mensal ficou em -2,3%. O item Perspectiva Profissional caiu 5,6% em janeiro, a segunda maior queda do ICF no mês. Isso demonstra a redução na satisfação das famílias paulistanas quanto à expectativa profissional com o receio de que a economia, neste ano, não acompanhará o ritmo visto em 2010..
A satisfação com o Emprego Atual também diminuiu, mas de forma menos expressiva, -2,3%. O aumento de 5,91% da inflação em 2010 é outro fato que atinge o humor das famílias e reduziu o poder de compra dos consumidores.
Segundo dados do item Renda Atual, a redução foi de 1,1% em janeiro na comparação com dezembro. As tradicionais e pesadas contas de janeiro (IPTU, IPVA, matrícula escolar etc) afetaram tanto o Nível de Consumo Atual quanto a Perspectiva de Consumo, que registraram queda de 4,4% e 3,6%, respectivamente.
Para a Fecomercio, é importante analisar o próximo mês para saber o impacto positivo que o reajuste do salário mínimo causará no humor das famílias paulistanas. De qualquer forma o cenário para este ano é de menos otimismo pelas políticas adotas pelo governo para conter a inflação e que combinará na redução do ritmo de crescimento do País e níveis mais contidos na geração de emprego e renda.

Começo de ano com menos confiança
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