Confiança dos empresários do comércio recua na capital paulista em agosto
Texto: Redação Revista Anamaco
Os aumentos dos juros, do endividamento das famílias e da inflação, somados às incertezas geradas pela aproximação das eleições, resultaram em uma piora da percepção dos comerciantes paulistanos em agosto. Os indicadores da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentaram queda quanto à confiança, à intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques.
O estudo mostra que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) recuou 1,1%, chegando aos 118,7 pontos. Dentre as variáveis que compõem o indicador, a que avalia as condições atuais (ICAEC) foi a que obteve a maior redução: 3,2%, passando para 100,4 pontos. O IEEC, que mensura as expectativas, único quesito a apresentar resultado positivo, subiu 0,2%, atingindo 146,1 pontos. Já a variável que avalia o índice de investimento (IIEC) recuou 0,7%, obtendo a pontuação de 109,4. Na base de comparação anual, o primeiro avançou 25,3%; o segundo caiu 0,3%; e o terceiro subiu 13,4%.
A pesquisa revela, ainda, que a intenção dos comerciantes em expandir os negócios, avaliada pelo Índice de Expansão do Comércio (IEC), caiu 1%, encerrando o mês com 121,2 pontos. Entretanto, em comparação a agosto do ano passado, o indicador cresceu 17,2%.
O índice que mede as Expectativas para Contratação de Funcionários, por sua vez, caiu 0,3%, atingindo 135,8 pontos. Já o Nível de Investimento das Empresas regrediu 1,8%, chegando a 106,6 pontos. Na comparação interanual, os dois quesitos registraram crescimento: 3,2% e 41,8%, respectivamente.
Segundo o levantamento, os problemas remanescentes do desabastecimento da cadeia global e a inflação dos custos têm prejudicado a reposição dos estoques, impactando as margens de lucro das empresas. O Índice de Estoques (IE) caiu 1,1% - de 115,2 pontos, no mês anterior, para os atuais 113,9. Já em relação a agosto do ano passado, o indicador avançou 1,6%.
Além disso, os comerciantes que indicavam adequação somaram 56,4%, a menor parcela desde o início do ano, quando estava em 58%. Em relação a julho, houve recuo de 0,8 pontos porcentuais (p.p.), ante os 57,2% registrados no mês. Ainda assim, segue maior do que a porcentagem dos que relatam inadequação: 42,6%.
Deste total, a percepção de que o desempenho das vendas foi pior que o previsto, registrando, portanto, inadequação acima do desejado, cresceu 0,2 p.p., ao atingir 28,4%. Por outro lado, também cresceu o número de empresários(as) que afirmaram ter estoques inadequados abaixo do desejado (ou seja, havia necessidade de recomposições), crescendo 0,3 p.p. e registrando 14,2%.
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