Confiança dos empresários do comércio retrai 1,2% em maio, apura CNC
Texto: Redação Revista Anamaco
Embora com expectativa positiva com as vendas de Dia das Mães, a confiança do empresário do comércio caiu novamente em maio, na passagem contra abril. Apurado, mensalmente, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou redução de 1,2%, atingindo 91,3 pontos. Com isso, o índice aparece na zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos) pela segunda vez consecutiva. Por outro lado, mostra suavização do ritmo de queda.
De acordo com o levantamento, a performance do Icec prenuncia um começo de ano preocupante, apesar dos esforços das políticas públicas para mitigar os efeitos sobre o consumo e o mercado de trabalho. Além das condições gerais da economia, a queda do índice pode relacionar-se com a baixa capacidade de reativação do consumo. Somam-se a esta situação a demora com a terceira fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o atraso das medidas protetivas ao emprego, bem como o adiamento do pagamento de parcelas de empréstimos e débitos fiscais.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que os efeitos das medidas de restrição às atividades de comércio e de serviços podem ainda ser percebidos sobre o setor. Em especial com o ritmo da vacinação. Isso pode ter gerado dificuldade no aumento de circulação de pessoas, o que prejudica as compras presenciais, um ainda grande e importante mecanismo do consumo. “Mesmo com os incentivos do governo, como a nova rodada do auxílio emergencial, estamos falando de uma conjuntura econômica ainda complexa por causa da inflação e desemprego, o que afeta decisões e expectativas dos empresários”, observa Tadros.
Diferentemente dos últimos meses, quando todos os componentes do Icec caíram, em maio, um dos três subíndices - o de expectativas - subiu 0,1%, influenciado, sobretudo, pela percepção de possível melhora com as vendas do Dia das Mães, época considerada a melhor do primeiro semestre e a segunda do ano, após o Natal.
Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, pontua que a melhora no otimismo dos comerciantes foi a única explicação responsável pela suavização na queda do Icec. “Além do contexto favorável do aumento das vendas, também se observa interesse do comércio com a entrada em circulação da concessão dos benefícios de transferência de renda, como o auxílio emergencial, que chegará a R$ 44 bilhões no total, e a antecipação do pagamento do 13º salário do INSS, cuja estimativa é disponibilizar R$ 52,7 bilhões para consumo, poupança e pagamento de dívidas. Foi importante ter havido algum otimismo nas expectativas para mitigar o decréscimo do índice no mês”, assinala.
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