Confiança empresarial recua
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice de Confiança Empresarial (ICE), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), caiu 0,5 ponto em julho, para 94,0 pontos, após dois meses em alta. Apesar de ter avançado 3,1 pontos ao longo do segundo trimestre, o índice segue distante do nível considerado neutro, de 100 pontos, neste início de terceiro trimestre.
Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas da entidade, frisa que, apesar de discreto, o recuo da confiança empresarial em julho afasta, temporariamente, a possibilidade de uma recuperação continuada do ICE, sugerida após a alta expressiva no mês anterior. “A queda foi influenciada pela piora das expectativas em relação ao ambiente de negócios no horizonte de seis meses, o que preocupa, uma vez que o pessimismo em prazos mais longos pode influenciar decisões presentes de investimento produtivo”, explica.
Em julho, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 1,1 ponto, para 94,0 pontos, influenciado pela queda de 1,8 ponto do indicador de Demanda Atual. O Índice de Expectativas (IE-E) recuou 1,6 ponto, para 94,6 pontos. Apesar do avanço de 1,1 ponto do indicador que mede as expectativas para a Demanda Prevista, passando para 95,3 pontos e da relativa estagnação no indicador de Emprego Previsto em 98,1 pontos, o indicador que mede as expectativas com o ambiente de negócios nos seis meses seguintes caiu 0,6 ponto, para 92,2 pontos, demonstrando uma preocupação ainda grande por parte do setor produtivo com este horizonte no tempo.
O ICE consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pelo FGV Ibre: indústria, serviços, comércio e construção. No mês, houve aumento da dispersão dos índices entre os quatro grandes setores pesquisados. Enquanto o setor de serviços exibe certa resiliência e sustenta um índice de confiança de 98,0 pontos, os índices de confiança da indústria e do comércio recuaram para 91,9 e 91,6 pontos, respectivamente. Entre os extremos, a confiança da construção voltou a crescer após dois meses em queda, fechando o mês em 95,2 pontos.
Em julho, a confiança empresarial subiu em 41% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação inferior à de 71% observada no mês anterior.
Foto: Adobe Stock