Conjuntura econômica e retração do mercado afetam resultado da Eternit - Revista Anamaco

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Conjuntura econômica e retração do mercado afetam resultado da Eternit

Texto: Redação Revista Anamaco

A Eternit S.A. apresentou, em meados de fevereiro, o resultado financeiro do quarto trimestre de 2022, ano em que registrou um crescimento de 6% da Receita Líquida frente a 2021, atingindo R$ 1,2 bilhão. Nos últimos quatro meses do ano passado, o acumulado foi de R$ 313 milhões, um crescimento de 8% em relação ao mesmo período de 2021.
O resultado deu-se pela retração de vendas da indústria de material de construção, que recuou 7%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), após registrar em 2021 um desempenho recorde, o melhor resultado da última década do Grupo Eternit. “Vimos ao longo do ano uma conjuntura econômica de juros altos, de mercado retraído e margens apertadas e a instabilidade do cenário político polarizado. Seguiremos nossas estratégias calculadas e pensadas no sucesso de médio e longo prazo da Eternit, e que serão executadas dentro do planejado”, explica Luís Augusto Barbosa, CEO da empresa.
O Lucro Líquido anual da companhia totalizou R$ 138 milhões, inferior em 49% do verificado no período de 2021, porém considerado satisfatório pela diretoria financeira da Eternit - um retorno de 20% em relação ao Patrimônio Líquido declarado, que alcançou R$ 676 milhões.
No quarto trimestre, o Lucro Líquido totalizou R$ 14 milhões, queda de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior, e o EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Recorrente totalizou R$ 23 milhões, uma retração de 70% na mesma comparação. No ano, o EBITDA Recorrente alcançou R$ 186 milhões, 45% inferior ao ano de 2021.
Em 31/12/22, a posição de caixa líquida era de R$ 28 milhões e o endividamento bruto totalizou cerca de R$ 85 milhões. Em julho de 2022, a Eternit concluiu a aquisição da Confibra, desembolsando R$ 110 milhões na operação. A ampliação da unidade do Rio de Janeiro também foi finalizada. 
No quatro trimestre, os investimentos da companhia atingiram R$ 18 milhões e incluem projetos, como a ampliação da capacidade da Eternit Amazônia, um adicional de cerca de 40% da capacidade atual de produção da fibra de polipropileno. O volume será destinado ao abastecimento da Confibra e do projeto greenfield da unidade de telhas de fibrocimento do Ceará, com capacidade inicial de 6,5 mil toneladas/mês e a conclusão da construção prevista para o segundo semestre de 2023.
No segmento de fibrocimento, as vendas de telhas totalizaram 174 mil toneladas nos últimos quatro meses, crescimento de 5% frente ao mesmo período de 2021 e 3% maior do que o trimestre anterior. Em 2022, o volume vendido de telhas de fibrocimento chegou a  647 mil toneladas, um recuo de 9% quando comparado com 2021.
O segmento de sistemas construtivos, que abrange placas e painéis cimentícios, registrou um volume de vendas de 3,7 mil toneladas, queda de 23% frente ao quarto trimestre de 2021. No ano, totalizou 17 mil toneladas, superior em 8% em relação a 2021.
Diante da elevação dos custos de matérias-primas e insumos produtivos, no acumulado do ano, a margem bruta do segmento atingiu 25%, representando uma queda de 14 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior.
No segmento crisotila, as exportações totalizaram cerca de 49 mil toneladas, representando um crescimento de 32% frente ao 4T21. No acumulado do ano, o volume exportado totalizou 194 mil toneladas, um aumento de 23% em relação a 2021.
Em 2022, a Margem Bruta das exportações da fibra do crisotila atingiu 48%, recuo de 14 p.p. em relação ao ano de 2021, consequência da apreciação do real frente ao dólar e ao aumento dos custos logísticos de todos os modais, devido à pressão inflacionária do preço dos combustíveis.

Foto: Divulgação

 

 

 

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