Consumo de aço na América Latina em recuperação morna no início do ano - Revista Anamaco

Cenário Econômico

Consumo de aço na América Latina em recuperação morna no início do ano

Texto: Redação Revista Anamaco

Dados da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero) indicam que a produção de aço bruto em fevereiro foi de 4,5 milhões de toneladas (Mt), o que representa uma retração de 10,8% sobre o mês anterior, enquanto a de laminados foi de 4,8 Mt, 1,6% inferior a janeiro. No comparativo anual, a produção de aço bruto em fevereiro foi 6,6% menor em comparação ao mesmo período de 2022, enquanto a de laminados foi 12,1% maior. Por outro lado, o consumo de laminados cresceu 19% em janeiro  (6,2 Mt) em relação a dezembro de 2022. Sobre janeiro de 2022, foi 8,4% maior.
Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero, explica que, no início do ano, os principais setores demandantes de aço apresentaram comportamento misto no nível de atividade. Segundo ele, alguns acentuaram a tendência negativa, como a construção, e outros deram sinais mornos de recuperação, como a produção industrial e a manufatura.
O pior desempenho veio do setor de construção. Depois de moderar o ritmo de contração nos últimos meses de 2022, a atividade caiu mais fortemente no início de 2023. Depois de cair 0,8% em média ano a ano em novembro/dezembro de 2022, recuou 2,2% ano a ano em janeiro.
Em contrapartida, a produção industrial foi o setor que apresentou melhor desempenho. Mesmo após registrar leve queda em dezembro, a atividade cresceu 5,3% ao ano em janeiro de 2023, após cair 0,3% ao ano no último mês de 2022.
O executivo comenta que o desempenho da manufatura foi bom na Argentina e no Peru (+6,3% e +1,1% A/A, em cada caso), países que registraram quedas ano a ano no final de 2022 (-2,7% e -4,6%, respectivamente). O México, por sua vez, registrou aceleração no primeiro mês do ano (de 2,7% a/a em dezembro-22 para 4,8% a/a em janeiro de 2023).
Dentro da indústria, heterogeneidades também são observadas. Apesar da tração da Argentina e do México (que registraram altas anuais de 22,9% e 10,3%, respectivamente), a produção automotiva avançou em fevereiro de 2023 a um ritmo ligeiramente inferior ao do mês anterior (5,5% a/a vs. 6,0% a/a).
Já a produção de máquinas continuou melhorando em janeiro, quando cresceu 8,7% ao ano, liderada por México e Chile (com expansões de 15,0% e 12,5% A/A, respectivamente), enquanto a fabricação de eletrodomésticos se recuperou após 17 meses em território negativo, registrando um aumento ano-a-ano de 1,7%. “A situação internacional exige extrema atenção da nossa indústria regional local. Com a produção de aço da China caindo diante da forte pressão interna e externa para reduzir as pegadas de carbono, agora há espaço para os países emergentes redirecionarem seu fornecimento de produtos acabados. Assim, gera-se uma boa oportunidade para novos negócios e para a intensificação do comércio intrarregional entre os países latino-americanos”, observa Wagner.

Foto: Adobe Stock

Consumo de aço na América Latina em recuperação morna no início do ano
Compartilhe esse post:

Comentários