Cresce o pessimismo na indústria de material de construção, aponta Abramat
Texto: Redação Revista Anamaco
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) acaba de divulgar a nova edição do Termômetro da indústria de material de construção, que indica o estabelecimento de clima pessimista entre as empresas associadas com as ações empreendidas pelo Governo Federal até o momento. Além disso, o estudo também revela a expectativa de desempenho em vendas no mês de maio e as projeções para junho.
No início do ano, os empresários das indústrias do setor demonstravam alta expectativa sobre o novo governo, mas o cenário sofreu mudanças. O Termômetro de maio aponta que 38% das empresas manifestaram pessimismo sobre as medidas do governo, somadas a 54% que veem tais ações com indiferença. Somente 8% ainda demonstraram otimismo com as ações governamentais para os próximos meses. Em janeiro, por exemplo, este percentual chegou a 56%.
Quando analisado o faturamento das empresas em maio, o estudo apontou que para 33% das associadas o resultado no mês foi “bom”, ao passo que 29% avaliam o período como “regular” e as demais 37% reportaram desempenho “ruim” ou “muito ruim”. Já a expectativa sobre este mês de junho é ligeiramente mais otimista, com os mesmos 33% das associadas projetando resultado “bom”, 54% “regular” e 13% “ruim”.
O aumento do pessimismo acabou impactando as pretensões de investimento no médio prazo, bem como é refletido no nível de utilização de capacidade instalada da indústria de material de construção. Na atual edição da pesquisa, caiu de 83% para 62% o número de associadas com pretensões de fazer investimentos em sua produção e, com queda de 3%, o setor chegou a 69% de utilização da capacidade instalada. “A Abramat reconhece as iniciativas do governo em buscar identificar as diferentes demandas para a recuperação econômica do País, mas isso não é suficiente em um momento tão delicado para a economia. Seguimos com obras de infraestrutura paralisadas, questões como a modernização do marco regulatório para o saneamento básico também sem avanço. Tudo isso somado à crescente expectativa sobre as condições de aprovação das necessárias reformas da Previdência e Tributária criam um ambiente que não favorece as expectativas”, explica Rodrigo Navarro, presidente da entidade.
Segundo ele, a Abramat está trabalhando ainda mais, internamente, com outras entidades e em conjunto com diferentes Ministérios, por meio das Mesas Executivas, por exemplo, para buscar a viabilização de propostas de curto, médio e longo prazo para melhorar esse cenário. “O crescimento do setor de construção civil é fundamental para a criação de empregos, renda e atração de investimentos, beneficiando toda a economia”, afirma o executivo.
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