Desemprego atinge 14,1 milhões de brasileiros
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação recuou para 13,7% no trimestre fechado em julho, o que representa uma redução de 1,0 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril. Isso corresponde a 14,1 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho no País.
O estudo aponta que o recuo foi influenciado, principalmente, pelo aumento no número de pessoas ocupadas (89,0 milhões), que avançou 3,6%, com mais 3,1 milhões no período. Com isso, o nível de ocupação subiu 1,7 ponto percentual para 50,2%. “Essa é a primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2020, que o nível de ocupação fica acima de 50%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no Brasil”, destaca Adriana Beringuy, analista da pesquisa.
Nesse cenário, houve aumento no emprego com carteira assinada no setor privado e nos postos de trabalho informais, com a manutenção da expansão do trabalho por conta própria sem CNPJ e do emprego sem carteira no setor privado. Isso fez com que a taxa de informalidade subisse dos 39,8% do trimestre móvel anterior para 40,8%, no trimestre encerrado em julho.
O emprego com carteira assinada avançou 3,5%, com mais 1,0 milhão de pessoas, totalizando 30,6 milhões no trimestre até julho. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente aumentou 4,2%, com mais 1,2 milhão de pessoas. Segundo o levantamento, é o primeiro aumento no emprego com carteira, desde janeiro de 2020, na comparação anual.
O número empregados no setor privado sem carteira (10,3 milhões), por sua vez, cresceu 6,0% na comparação com o trimestre móvel anterior. Em um ano, esse contingente subiu 19,0% ou 1,6 milhão de pessoas.
A pesquisa indica que o trabalho por conta própria manteve a trajetória de crescimento e atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais 1,1 milhão de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,8 milhões, alta de 17,6%.
Enquanto isso, o trabalho doméstico aumentou 7,7%, somando 5,3 milhões pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, cresceu 16,1%, um adicional de 739 mil pessoas. As expansões trimestral e anual foram as maiores em toda em toda a série histórica da ocupação dos trabalhadores domésticos.
Em um ano, a população ocupada cresceu 7,0 milhões. Esse crescimento, mesmo que significativo, tem como base de comparação o mesmo trimestre de 2020, quando a ocupação ainda era bastante afetada pela pandemia. “Embora tenha havido um crescimento sucessivo ao longo dos trimestres, mostrando recuperação da ocupação, a população ocupada segue inferior ao período pré-pandemia em cerca de 5,0 milhões de pessoas”, observa Adriana.
De acordo com a PNAD, o crescimento da ocupação no trimestre fechado em julho, avançou em seis dos 10 agrupamentos de atividades econômicas. Nenhuma registrou perdas. Construção avançou 10,3%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a alta na construção chega a 23,8%.
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