Dexco encerra o segundo trimestre com EBITDA de R$ 500 milhões
Texto: Redação Revista Anamaco
A Dexco, detentora das marcas Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Castelatto, Ceusa e Durafloor, registrou receita líquida de R$ 1,95 bilhão no segundo trimestre, o que representa uma redução de 12% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, com leve melhora de margem. O EBITDA ajustado e recorrente do trimestre foi de R$ 350 milhões, com margem EBITDA de 17,9%. Somado aos resultados advindos do negócio de Celulose Solúvel, representado pela LD Celulose, joint venture com a austríaca Lenzing, a companhia atingiu EBITDA de R$ 500 milhões no período. Já o lucro líquido foi de R$ 177 milhões no 2T23, sendo R$ 89 milhões das divisões da Dexco e R$ 87 milhões das operações da LD Celulose.
Antonio Joaquim de Oliveira, CEO da Dexco, frisa que foram números saudáveis, mesmo diante de um contexto econômico desafiador para os segmentos de atuação da empresa. “Importantes iniciativas relativas ao cenário macroeconômico, como a possível queda da taxa de juros e o anúncio de ações governamentais ligadas ao setor de construção civil, devem apoiar uma melhora do mercado nos próximos trimestres”, destaca o executivo.
Segundo ele, apesar dessas iniciativas não terem beneficiado, imediatamente, os mercados em que a Dexco atua, as perspectivas da empresa são promissoras para o segundo semestre, que costuma ser favorecido pela sazonalidade típica do negócio. “Seguimos na adequação dos níveis de produção, e a expectativa é que o segundo semestre comece com uma atividade econômica melhor e que tenhamos uma retomada gradual”, completa.
Francisco Semeraro, CFO da empresa, comenta que a Dexco fechou o 2T23 com alavancagem de 3,1x, com crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, em decorrência dos resultados das operações e o ciclo de investimentos em andamento. “Apesar de o endividamento estar em patamares adequados e compatíveis com o nosso planejamento, estamos monitorando, atentamente, o ambiente econômico para tomar as decisões necessárias para garantir resultados saudáveis e fôlego financeiro para a empresa”, afirma.
Nesse cenário, a Divisão Madeira, com as marcas Duratex e Durafloor, apresentou EBITDA ajustado e recorrente de R$ 344 milhões no segundo trimestre, o que representa aumento de 32% na comparação anual. Já a Receita Líquida encerrou o período em R$ 1.248 milhões, 3% menor quando comparada ao 2T22.
Oliveira explica que a unidade de negócios traz perspectivas positivas para o longo prazo, já que o investimento conduzido pela Dexco para recomposição e expansão de ativos florestais deve se consolidar, cada vez mais, como um diferencial competitivo. “É importante ressaltar que a divisão de madeira se manteve resiliente, seguindo seu foco de atendimento ao cliente, o que fez com que encerrasse o trimestre com avanço de market share, mesmo em um cenário de mercado mais competitivo. Enquanto o mercado encolheu 11% no trimestre, a divisão da Dexco apresentou uma retração menor, de 8%, o que fez com que a companhia conseguisse manter os níveis de share no acumulado do ano”, avalia.
Já a Divisão Acabamentos para a Construção foi mais impactada pela piora do mercado. O setor segue apresentando uma retração no faturamento em relação a 2022, com desempenho levemente melhor, muito alavancado pelos produtos básicos, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Materiais de Construção (Abramat).
O CEO salienta que a unidade de Louças e Metais, com as marcas Deca e Hydra, fez um bem sucedido reposicionamento de preços no trimestre passado, principalmente em metais sanitários, que foi traduzido, neste 2T23, com um ganho de market share nesses produtos. Apresentou também um aumento de volume, favorecido pela sazonalidade típica do negócio de chuveiros elétricos. “Contudo, o mercado ainda está em níveis inferiores ao ano de 2022, e a divisão sentiu um efeito de queda de volume, encerrando o trimestre com EBITDA Ajustado e Recorrente negativo de R$ 3 milhões no 2T23”, observa.
Já a unidade de Revestimentos, que atua com as marcas Ceusa, Portinari e Castelatto, apresentou uma melhora sequencial de market share em relação ao 1T23, alavancada por reposicionamento de alguns produtos, contudo ainda em patamares abaixo de 2022, bastante impactada pelo momento de mercado. Assim, o volume de vendas foi 20% menor do que o segundo trimestre de 2022. A divisão conseguiu evoluir em níveis de ocupação fabril em relação ao 1T23, levando à maior diluição de custos fixos, resultando em EBITDA Ajustado e Recorrente em patamares positivos de R$ 8 milhões no 2T23. “Estamos vendo uma melhora lenta tanto no setor de metais e louças quanto de revestimentos. Isso somado ao ciclo de ações estruturantes pelas quais a companhia passou nos últimos meses, necessário para o ajuste de excessos do boom de crescimento na pandemia, nos deixa confiantes em uma evolução no segundo semestre. Além disso, nossa operação está resiliente e ágil para poder reagir aos estímulos do mercado”, finaliza Semeraro.
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