E-commerce: seu concorrente real - Revista Anamaco

Ecomac Bahia 2019

E-commerce: seu concorrente real

Texto: Redação Revista Anamaco

O 28º Encontro dos Comerciantes de Material de Construção da Bahia (Ecomac-BA), realizado no Vila Galé Guarajuba, contou, no dia 26, com a palestra “E-commerce: seu concorrente real”, ministrada por Renato Mendes, professor de Marketing Digital do Insper e sócio da Orgânica, aceleradora de negócios.
Mendes iniciou a palestra dando como exemplo de foco no que deve ser feito as redes de fast food, que nasceram para dar agilidade ao momento de refeição, destacando que esse comércio está treinado para oferecer rapidez, mas não a personalização da experiência. “A quebra que acontece quando vamos a um fast food e pedimos algo diferente espelha o momento de ruptura que estamos vivendo, passando da velha para a nova economia”, explicou.
Segundo ele, a principal característica dessa ruptura é tirar o poder das mãos das empresas e passar para a mão dos consumidores. Ele reforçou que com apenas um celular, o consumidor pode elogiar ou acabar com a reputação de um varejo ou de uma marca. Por isso, comentou que é tão importante entender essa nova economia.
Para exemplificar o poder de escolha do consumidor, fez uma comparação entre a TV aberta, que impõe programas e horários, e a Netflix, que permite ao usuário assistir à série que interessa no momento em que ele quiser. “Quem conversou com o cliente e entendeu sua necessidade? Quem fez isso, compreendeu a nova economia. Quem a entendeu transformou conhecimento em vantagem competitiva. É isso que o e-commerce faz”, frisou.

As empresas devem entender as necessidades dos consumidores e colocá-los no centro da estratégia 


Mendes explica que as pessoas que saem na frente da concorrência têm um propósito. Mas o que é o propósito? É envolver pessoas, funcionários e equipes em um projeto que faça sentido para elas. O palestrante destacou que existe relação direta entre trabalho e felicidade. “Se você não está feliz no seu trabalho, vai ser muito difícil você ser uma pessoa feliz. Do outro lado, é muito difícil ser feliz sem exercer nenhum tipo de atividade laboral”, ressaltou.
O palestrante comentou que as pessoas querem ter orgulho de fazer parte de algo maior do que elas. Ele observou que quando alguém está envolvido com um projeto que alimenta o propósito pessoal, a pessoa tem a sensação de quem nem parece trabalho. Segundo ele, as empresas da nova economia perceberam que contratar pessoas que têm alinhamento de propósito com a companhia é fundamental para que elas sejam bem sucedidas.

          
Na sua análise, quem não entendeu a importância desse alinhamento vai ficar para trás. Mendes apresentou um dado preocupante: 85% dos brasileiros não se sentem engajados com seu trabalho. “Quem não está feliz não tem boa performance”, completou.
O propósito, ensinou Mendes, além de ser uma ferramenta importante para atrair e reter talentos, mas é também uma forma de gerar vendas. Nesse sentindo, explicou que 83% dos brasileiros preferem comprar de empresas que defendem propósitos alinhados aos seus valores.
Outro fator a ser considerado é a cultura da organização, ou seja, uma forma de pensar que orienta um pensamento e uma crença que orienta uma atitude. Na sua opinião, a cultura é construída todos os dias com comportamentos e atitudes. “Estratégia de negócios é fácil de copiar. O que faz a diferença nas empresas vencedoras é a cultura”, salientou.
Para que as companhias se destaquem, Mendes reforçou que as empresas devem entender as necessidades dos consumidores, colocá-los no centro da estratégia e perguntar para eles o que querem e como querem. Dessa forma, a loja deve criar junto com o cliente uma solução e vender essa solução para ele.
O palestrante explicou que toda startup nasce para resolver um problema e questionou aos presentes que problemas eles estão resolvendo e de quem são esses problemas. “É alguém construindo ou fazendo uma reforma? É do recém-casado ou é de um senhor? A meta deveria ser: eu vou ser a empresa mais eficiente no Brasil na resolução desse problema”, orientou, acrescentando que a nova economia propõe que a empresa seja a mais eficiente na resolução dos problemas.
Experiência foi outro ponto destacado por Mendes. Segundo ele, não existe mais a questão de estar online ou off-line porque o que faz sentido é falar de jornadas integradas, de atender ao consumidor onde ele quiser e de fortalecimento de marca, independentemente do canal de vendas.
Com o número alto de 70 milhões de pessoas comprando online, o palestrante garantiu que o e-commerce veio para ficar e que é um caminho que não tem mais volta. Ele reforçou que quem entendeu isso e usou essa informação para tomar uma ação antes, ganhou uma vantagem competitiva. “O e-commerce não vai acabar com a loja física, mas é preciso entender, dentro da estratégia de negócios de cada um qual o papel de cada um desses canais”, ressaltou.
Segundo ele, o lojista tem que dar um motivo para o cliente ir ao ponto de venda físico e há várias coisas a serem exploradas. A internet, pelo menos a curto prazo, não resolve a necessidade de sentir os produtos. Mendes reforçou que é importante falar em omnichannel e em integração. “A tecnologia nos ajuda a ser mais eficiente na resolução dos problemas do consumidor. No e-commerce, ganha que é mais eficiente”, frisou.
Mendes destacou, ainda, que no mundo digital para oferecer o produto certo aos clientes, a empresa tem de entender seus hábitos. E quando isso acontece, a loja vende mais.

A cobertura completa da 28ª edição do Ecomac-BA poderá ser conferida na edição 311 da Revista Anamaco impressa

Fotos: Grau 10 Editora

E-commerce: seu concorrente real
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