Efeitos da pandemia ainda não afetam os dados da balança comercial, afirma OMC
Texto: Redação Revista Anamaco
Os efeitos da pandemia ainda não aparecem nas estatísticas do comércio exterior. Um estudo divulgado no website da Organização Mundial do Comércio (OMC) estima que a queda no comércio mundial variará entre 12,9% (cenário otimista) e 31,9% (cenário pessimista). No entanto, essas são projeções preliminares, pois incertezas quanto à duração, à intensidade e à expansão geográfica do Covid-19 dominam o cenário mundial.
No caso do Brasil, o saldo da balança comercial no mês de março foi de US$ 4,7 bilhões, superior em US$ 417 milhões ao resultado de março de 2019. No acumulado do trimestre, porém, o superávit de 2020 no valor de US$ 5,6 bilhões foi inferior aos US$ 9 bilhões do primeiro trimestre do ano passado.
No mês de março, as exportações, em valor, aumentaram 10,4% e as importações, 10,6%, em relação a março do último ano. Na comparação entre os dois primeiros trimestres de 2019 e 2020, entretanto, as exportações recuaram em 9% e as importações aumentaram em 4,3%
O mesmo comportamento é observado nos índices de volume dos fluxos de comércio. As exportações registraram variação positiva interanual de 13,0% e as importações, 14,6%, entre os meses de março. Desde outubro, as exportações estavam recuando na variação mensal entre 2019 e 2020, à exceção de dezembro quando ficou estagnada. As importações, por outro lado, vinham aumentando, desde dezembro. No estudo citado da OMC é ressaltado que o comércio mundial já estava em ritmo de desaceleração, desde 2019 em função das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O comércio mundial recuou 0,1% entre 2018 e 2019.
As expectativas são de que o comércio mundial deverá apresentar um desempenho pior do que a crise financeira de 2009, quando o volume recuou 12,1%, mas já em 2010 ele cresceu 14,4%. Não só a queda em 2020 pode ser maior, mas a recuperação mais lenta.