Em março, indústria recua em todos os 15 locais pesquisados
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria nacional registrou recuo de 9,1% entre fevereiro e março, na série com ajuste sazonal e, pela primeira vez na série histórica, houve retração em todos os 15 locais pesquisados.
A última grande disseminação de resultados negativos havia sido em maio de 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros, com taxas negativas em 14 locais, ficando de fora apenas o Pará. A série passou a contar com 15 locais em 2012, quando foi incluído o Mato Grosso. Já a série com 14 locais teve início em 2002, sendo que em novembro de 2008 foi registrado o perfil mais recente de disseminação geral de índices negativos.
O resultado reflete, principalmente, os efeitos do isolamento social imposto por Estados e municípios a partir de meados de março devido à pandemia de coronavírus, que afetou o processo de produção em várias unidades no País.
Em março, Ceará (-21,8%), Rio Grande do Sul (-20,1%) e Santa Catarina (-17,9%) assinalaram as reduções mais acentuadas, com todos eliminando os ganhos registrados nos dois primeiros meses de 2020: 2,4%, 6,9% e 1,9%, respectivamente. Pará (-12,8%), Amazonas (-11,0%) e Região Nordeste (-9,3%) também mostraram recuos mais intensos do que a média nacional (-9,1%). Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), São Paulo (-5,4%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%), Rio de Janeiro (-1,3%) e Minas Gerais (-1,2%) tiveram taxas abaixo da média nacional.
O índice de média móvel trimestral para a indústria caiu 2,4% no trimestre encerrado em março, frente ao nível do mês anterior. Houve taxas negativas em nove dos 15 locais pesquisados, com destaque para os recuos mais acentuados assinalados por Ceará (-6,5%), Santa Catarina (-5,4%), Rio Grande do Sul (-4,7%), Amazonas (-4,3%) e Pará (-4,1%). Por outro lado, Mato Grosso (1,7%), Pernambuco (1,0%), Bahia (0,9%) e Espírito Santo (0,8%) foram os que alcançaram resultados positivos no trimestre encerrado em março.
Na comparação com março de 2019, a indústria caiu 3,8% em março, com resultados negativos em 11 dos 15 locais pesquisados, mesmo com o efeito-calendário positivo, já que março de 2020 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que março de 2019.
No acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, a redução verificada na produção nacional alcançou dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,3%) e Minas Gerais (-8,4%). Santa Catarina (-5,1%), Rio Grande de Sul (-4,7%), São Paulo (-2,3%) e Mato Grosso (-1,8%) também registraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional (-1,7%). Já Ceará (-1,4%), Goiás (-1,2%), Amazonas (-1,2%) e Pará (-0,8%) completaram o conjunto de locais com queda na produção. Os maiores avanços no acumulado do ano foram no Rio de Janeiro (9,8%) e Bahia (7,1%). Pernambuco (5,6%), Região Nordeste (4,3%) e Paraná (2,6%) também mostraram taxas positivas no período.
No acumulado dos últimos doze meses, o recuo foi de 1,0% em março, mantendo tendência de queda, mas apontando ligeira redução na intensidade de perda frente ao resultado de fevereiro último (-1,2%).
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