Empresário do comércio nunca esteve tão pessimista, apura CNC
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu a 66,7 pontos em junho, atingindo o menor nível desde o início da realização da pesquisa em março de 2011.
Segundo o levantamento, os percentuais de retração também foram os maiores observados na série histórica: -28,6% em relação a maio (com ajuste sazonal) e -43,7% no comparativo com junho de 2019. Ainda influenciada pelos impactos econômicos do coronavírus, a confiança dos comerciantes acumulou queda de 54 pontos nos dois últimos meses, levando ao recorde de pessimismo.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, destaca que, mesmo com a flexibilização gradual do isolamento social em algumas regiões do País, o ritmo de recuperação das vendas no varejo deverá ser lento. “A renda menor e o crédito mais escasso seguirão, temporariamente, limitando o consumo, em especial de produtos não essenciais, que representam a maior parcela dos orçamentos domésticos”, afirma Tadros.
O estudo mostra, ainda, que o indicador que mede a satisfação dos empresários com as condições atuais foi o que mais se destacou negativamente, chegando a 38,9 pontos, menor patamar desde dezembro de 2015, com quedas significativas, tanto mensal (-46,6%) quanto anual (-58,3%).
Especificamente sobre a economia, os números pioraram ainda mais neste mês: 22,7 pontos (menor nível desde junho de 2016), com queda mensal de 62,2% e anual de 73,1%. Mais de 90% dos entrevistados avaliam que a situação econômica atual está pior do que há um ano.
Em relação ao momento do comércio (42,7 pontos), as avaliações negativas representaram 81,2% das respostas dos empresários, contra 59,9% em maio e 51,2% em junho de 2019.
O presidente da entidade lembra que, no contexto de prejuízos sem precedentes para o setor, parte dos varejistas de menor porte tem enfrentado dificuldades no acesso ao crédito, apesar do custo mais baixo.
O índice que avalia as intenções de investimento também ampliou as variações negativas: -18,6% (mensal) e -30% (anual). Com 71,5 pontos, o item chegou ao menor patamar desde junho de 2017, reforçando que os empresários devem reduzir os investimentos nos negócios, em razão da crise. Nesse cenário, a intenção de contratação de funcionários alcançou o menor índice da série histórica: 67,5 pontos, com recuos nas bases comparativas mensal (-24,5%) e anual (-44,6%).
Com o maior nível entre os subíndices do Icec e, até maio, o único dentro da zona de avaliação positiva, o indicador que mede as expectativas dos empresários do comércio atingiu, em junho, o patamar de pessimismo (abaixo de 100 pontos) pela primeira vez na história da pesquisa. Com a queda mensal de 24,9%, chegou a 89,6 pontos, 43,8% a menos do que a pontuação aferida no mesmo período do ano passado.
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