Empresários preocupados
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 1,1 ponto, de 49,9 pontos para 48,8 pontos, entre março e abril. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, com a queda, o indicador fica ainda mais distante da linha divisória de 50 pontos, marca que mostra que os empresários da indústria demonstram falta de confiança mais intensa e disseminada. O estudo considera entrevistas com 1.548 empresários.
Na avaliação de Cláudia Perdigão, economista da CNI, o resultado espelha o pessimismo dos empresários sobre as condições atuais, que caiu para o pior nível de todo o período pós-pandemia. “A indústria está em compasso de espera, com queda da demanda, provocada pela alta dos juros e o alto grau de inadimplência e de endividamento das famílias”, explica.
Segundo ela, ainda que se espere o início da queda da taxa básica de juros no segundo semestre, a Selic vai cumprir um papel restritivo adicional sobre o ritmo de produção industrial durante todo o ano. “Esse fato resultará em menor flexibilidade do ambiente de crédito e em maior dificuldade em se obter financiamentos, tanto para as empresas quanto para as pessoas físicas”, completa.
Nesse cenário, o Índice de Condições Atuais recuou 1,7 ponto, para 42,5 pontos. Ao cair para mais abaixo da linha divisória de 50 pontos, o índice demonstra uma percepção de piora mais forte e disseminada da indústria sobre as condições atuais da economia brasileira e das empresas. A avaliação das condições atuais é a mais negativa desde julho de 2020, período em que o setor industrial brasileiro ainda sofria com a parada da economia por conta da pandemia de Covid-19.
O Índice de Expectativas também caiu, recuando 0,8 ponto, para 51,9 pontos. Ao permanecer acima da linha divisória dos 50 pontos, o indicador segue demonstrando otimismo do setor industrial com relação aos próximos seis meses. O otimismo do empresário industrial, no entanto, está restrito à sua própria empresa, enquanto as expectativas sobre a economia brasileira seguem negativas.
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