Endividamento cai pela quarta vez e é o menor desde o início de 2022
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa) diminuiu em outubro, representando 76,9% das famílias no País. Com a quarta queda consecutiva, o volume de endividados chegou ao menor nível desde fevereiro de 2022.
O estudo mostra que, no ano, a proporção de endividados intensificou o movimento de queda, reduzindo-se 2,3 p.p. Do total de pessoas com dívidas, 18,1% consideram-se “muito endividadas”, percentual que apontava tendência de queda desde junho, mas cresceu 0,5 p.p. no mês e 0,8% no ano.
De acordo com a CNC, o endividamento mostra tendência de queda desde junho, e o indicador do risco de inadimplência também caiu: menos pessoas atrasaram o pagamento de dívidas em outubro (29,7% do total de famílias, ante 30,2% em setembro e 30,3% em outubro de 2022). O indicador melhorou entre as famílias de renda baixa (0-3 SM) e renda média baixa (3-5 SM). Apenas no grupo com renda média entre 5- 10 SM, o volume de inadimplentes cresceu, indicando que, para esse grupo, a gestão das condições financeiras ainda é um desafio.
O levantamento indica, ainda, que o volume de consumidores afirmando que não terão condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores mantém-se elevado, mas ficou estável na passagem mensal (13% do total de famílias). A redução dos juros e as renegociações de dívidas começam a ser sentidas pelos consumidores. No entanto, do total de consumidores com atrasos, 48,5% estão com atrasos acima de 90 dias, proporção que ainda mostra crescimento (6,6 pontos no ano).
A proporção dos que afirmam não ter condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores avançou no ano nos quatro grupos, com destaque para os 18,3% de consumidores na baixa renda afirmando que não terão como quitar as dívidas mais antigas, o maior volume da série histórica.
Nas modalidades de dívida, o cartão de crédito segue retomando participação no volume de endividados, representando 87% do total de devedores em outubro. O crédito pessoal e o consignado, além das dívidas fora do sistema financeiro tradicional, também avançaram no ano (1 p.p., 0,3 p.p. e 0,6 p.p., respectivamente), ao passo que as demais modalidades perderam representatividade na carteira de crédito dos consumidores de forma geral.
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