Endividamento estável em abril - Revista Anamaco

Endividamento e inadimplência

Endividamento estável em abril

Texto: Redação Revista Anamaco

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) permaneceu inalterado em abril, representando 78,3% das famílias no País. Desse total, 17,3% consideram-se “muito endividadas”, indicador que voltou a crescer após duas quedas, no contexto de juros elevados.
O endividamento cresceu entre janeiro e fevereiro com orçamentos apertados pelas despesas típicas do início do ano e se manteve estável em março e abril. A CNC estima que a proporção de endividados deverá voltar a crescer em julho.
De acordo com a entidade, a melhora da renda disponível com a evolução positiva do mercado de trabalho e o alívio da inflação atenuaram a proporção de consumidores que atrasaram dívidas em abril. O indicador caiu pelo quarto mês consecutivo (-0,4 p.p.), representando 29,4% do total de famílias, abaixo da média trimestral (29,7%).
Quem tem dívidas atrasadas há mais tempo, porém, segue enfrentando dificuldade de sair da inadimplência, em função dos juros elevados que pioram as despesas financeiras. A proporção de consumidores sem condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores chegou a 11,6% do total em abril, aumento em relação a março (+0,1 p.p.) e, na comparação com a média trimestral, é o maior nível desde novembro de 2020. O volume de pessoas com dívidas atrasadas por mais de 90 dias segue em tendência de crescimento: a cada 100 consumidores inadimplentes em abril, 45 estavam com atrasos por mais de três meses.
O estudo revela que, nos primeiros quatro meses do ano, do total de consumidores endividados, 86,8% têm dívidas no cartão de crédito, enquanto 9% contrataram crédito pessoal.
A pesquisa mostra, ainda, que a redução da contratação de dívidas em abril ocorreu de maneira distinta entre as faixas de renda no mês: nos dois extremos de renda, houve ligeira alta da proporção de endividados, enquanto nas faixas de rendimento médio a proporção se reduziu. Na comparação anual, no entanto, o endividamento cresceu em todos os grupos, exceto entre os grupos com renda de três a cinco salários mínimos.

Foto: Adobe Stock

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