Endividamento menor - Revista Anamaco

Endividamento e inadimplência

Endividamento menor

Texto: Redação Revista Anamaco

Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que, em 2023, a taxa anual de endividamento caiu pela primeira vez em quatro anos. A queda, no entanto, foi de apenas 0,1 ponto percentual em relação a 2022, o equivalente a aproximadamente 108 mil pessoas. Com isso, o último ano foi encerrado com 77,8% da população endividada, longe dos 58,3% apurados em 2012, o menor da série histórica, iniciada em 2010.
O estudo revela que o endividamento no cartão de crédito também caiu na mesma proporção e chegou a 86,5% dos endividados - porcentagem que, em 2010, era de 70,9%. Já o uso de cheque especial ficou em 4,4% e é o menor desde o começo da pesquisa, quando era usado por 8,3% dos endividados. A média de comprometimento da renda com pagamento de dívidas em 2023, por sua vez, ficou em 30%, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação a 2022. 
Nesse cenário, o número de inadimplentes chegou a 29,5% dos brasileiros e é o maior desde 2010, quando o número era de 24,9%. Destes, 41,2% afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, o que significa quatro pontos percentuais a mais do que em 2022. A maior parte dos inadimplentes, 46,2%, está com mais de três meses de atraso, 3,2 pontos percentuais acima do ano passado. “A Peic mostrou que, pela primeira vez em dez anos, as famílias brasileiras terminaram o ano menos endividadas do que começaram”, aponta José Roberto Tadros, presidente da CNC.
Na sua avaliação, as melhorias ocorridas no mercado de trabalho ao longo do ano e a trajetória de queda dos juros básicos da economia influenciaram as condições de crédito ao consumidor, o que resultou diretamente na redução, mesmo que tímida, do indicador.
Para Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, é importante distinguir os conceitos de inadimplência e de endividamento. “Endividamento é algo fundamental para o desenvolvimento econômico, pois o crédito é o trampolim do sistema capitalista. Já a inadimplência é um resultado adverso do endividamento, causado pela renda baixa do brasileiro e pela volatilidade da economia do País”, explica Tavares. 

Foto: Adobe Stock

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