Endividamento tem queda e inadimplência avança
Texto: Redação Revista Anamaco
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, em agosto, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa) caiu 0,7 ponto percentual, representando 77,4% das famílias no País. Com a segunda queda desde novembro de 2022, o volume de endividados chegou ao menor nível desde junho do ano passado.
Com esse resultado, no ano, a proporção de endividados reduziu 1,6 p.p. Do total de pessoas com dívidas, 17,5% consideram-se “muito endividadas”, percentual em tendência de queda e o menor desde abril deste ano.
Os indicadores de inadimplência, por outro lado, seguem apontando crescimento. O volume de consumidores com dívidas atrasadas (30%) chegou à maior proporção desde novembro de 2022. O volume de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores é o maior da série histórica, 12,7% do total de consumidores no País.
Na análise da entidade, a queda da inflação e o mercado de trabalho formal, absorvendo pessoas desde o ano passado, favoreceram os orçamentos domésticos, fazendo com que menos pessoas necessitem recorrer ao crédito. No entanto, com juros elevados e maior quantidade de dívidas a vencer, as famílias ainda encontram dificuldade de quitar os compromissos em aberto há mais tempo, com o avanço das despesas com juros.
Nas modalidades de dívida, a pesquisa revela que caiu para 85,5% o número de endividados no cartão de crédito em agosto, ante 85,9% em julho. É a segunda queda consecutiva, colocando o indicador no menor nível em um ano. Em relação a agosto do ano passado, a proporção de endividados no cartão de crédito está 0,2 p.p. mais elevada.
Na comparação mensal, carnês de loja foram a única modalidade de dívida com avanço (0,4 p.p.).
A CNC estima que a proporção de consumidores endividados amplie o ritmo de queda nos próximos meses, aproximando-se de 77% do total de consumidores no País entre setembro e outubro. No entanto, o endividamento deve voltar a crescer na reta final de 2023, encerrando o ano próximo de 78% do total de famílias.
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