Especialistas mais seguros
A crise na Grécia continua afetando a percepção dos economistas quanto ao cenário internacional mas, dentro do Brasil, o otimismo vem crescendo e especialistas enxergam melhoras nas taxas de juro, inflação e, até mesmo, nos gastos públicos. É o que revela o Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).
Segundo dados da pesquisa, os economistas estão mais confiantes no cenário econômico do que estavam em maio, o que pode ser demonstrado com a elevação de 4,3% no indicador, que saltou dos 102,7 pontos, registrados no mês passado, para os 107,1 atuais.
Já as perspectivas permaneceram praticamente estáveis, com leve impulso de 0,4%, chegando aos 111,2 pontos. O ISE é medido em uma escala que varia de 0 a 200 pontos, sendo que acima de 100 denota otimismo. A avaliação do Cenário Internacional, voltou a piorar em junho, mas em ritmo inferior ao de maio. No mês, esse quesito apresentou queda de 10%, chegando a 110,7 pontos.
No cenário nacional, Taxa de Juro, de Inflação e Gastos Públicos, com 78,3, 67,7 e 36,2 pontos, respectivamente, continuam sendo os três itens com a pior avaliação em junho, os únicos com pontuação abaixo de 100 pontos.
Entretanto, a percepção dos especialistas em relação a estes itens tem apresentado contínuos incrementos, o que se deve principalmente a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de retomar o ciclo de aumento da Selic, mas também há um arrefecimento do crescimento acelerado presenciado no primeiro trimestre e ao realinhamento de preços que estavam muito elevados.
Contudo, os itens que alavancaram o resultado positivo do ISE em junho são Nível da Atividade Interna e Oferta de Crédito ao Consumidor. Na avaliação do momento atual, a percepção quanto ao Nível de Atividade foi ampliada em 4%, alcançando os 179 pontos, o que se deve ao resultado positivo do PIB no primeiro trimestre de 2010.
Quanto às perspectivas do Nível de Atividade para o Futuro, houve queda de também de 4%, levando o indicador aos 156,2 pontos. Já a Oferta de Crédito recebeu uma avaliação 15% superior a do mês anterior, saltando para os 137,4 pontos.
Os especialistas em economia também estão otimistas em relação à: Nível de Emprego (135 pontos; -8%); Salários Reais (124,7 pontos; 1%) e; Taxa de Câmbio (106,4 pontos; 12%).