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Texto: Redação Revista Anamaco

A Eternit acaba de anunciar a saída oficial de seu processo de Recuperação Judicial (RJ). O encerramento do processo foi sentenciado pelo juiz de Direito da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo (SP) e ocorre cerca de nove meses após petição protocolada pela companhia - em 18 de outubro de 2023-  em que aditava seu Plano no que diz respeito aos credores concursais trabalhistas (Classe I). Essa era a última pendência jurídica esperada pela empresa para virar, definitivamente, a página do processo de recuperação judicial, cujo pedido foi ajuizado em março de 2018.
A  saída da RJ ocorre em um momento de conclusão de um ciclo de reestruturação, que começou em 2017, liderado pelo então presidente Luís Augusto Barbosa, e de entrada em uma nova fase de crescimento e expansão dos negócios com o atual presidente Paulo Roberto de Oliveira Andrade, que assumiu o cargo em julho de 2023 vindo do Conselho de Administração da empresa, no qual ingressou em abril de 2020.
De acordo com Andrade, com o desfecho, a companhia espera, entre outras vantagens, maior facilidade no acesso a crédito para condução de seus futuros projetos. “A Eternit está saudável financeiramente e com todas as suas dívidas equacionadas. A recuperação judicial já era considerada, na prática, um capítulo finalizado para a companhia, que teve importantes conquistas durante o período. Nós nos reinventamos ao longo de toda a jornada e estamos otimistas com esta nova etapa. Ganhamos uma perspectiva mais poderosa para nosso desenvolvimento e seguiremos apostando em inovação”, destaca.
Outro ponto importante ressaltado pelo presidente é que, após anos de investimento, o momento é de apresentar resultados aos acionistas: “Somos uma empresa brasileira com uma longa de história de 84 anos e com nove fábricas em várias regiões do País. Recentemente, compramos uma concorrente, lançamos duas linhas de telhas solares, aumentamos a capacidade de nossas fábricas e investimos em um projeto greenfield muito estratégico no Nordeste. Agora, o foco é rentabilizar os ativos usando toda a capacidade adicional que construímos e investir no mercado de sistemas construtivos e fotovoltaico”, acrescenta.

Balanço positivo no segundo trimestre

A Eternit apresenta, também, seu relatório financeiro sobre o exercício do segundo trimestre. De acordo com a empresa, no período, foi registrada receita líquida de R$ 276 milhões, o que representa um crescimento de 7% frente ao 2T23 e 4% em relação ao 1T24. De abril a junho, o EBITDA Recorrente alcançou R$ 16 milhões, mesmo resultado do trimestre anterior, e o lucro líquido aumentou para R$ 12 milhões.
Andrade explica que o desempenho operacional e financeiro foi impulsionado pelo crescimento do volume de vendas observado em todos os segmentos de atuação da companhia, com destaque para o de fibrocimento - seu principal negócio - que apresentou evolução, principalmente, com o início da produção da nova unidade de Caucaia (CE), em operação desde dezembro de 2023. “Encerramos o trimestre com a operação da nova fábrica de Caucaia rodando bem e estamos em vias de virar, oficialmente, a página da recuperação judicial. Tendo cumprido nosso plano estratégico de investimentos com sucesso, entendemos que o momento atual é de focar na rentabilização destes investimentos”, destaca.
No segmento de fibrocimento, que considera, além das telhas, a produção integrada de fibra de polipropileno, as vendas totalizaram 153 mil toneladas no 2T24, aumento de 10% frente ao mesmo período de 2023 e 5% em relação ao trimestre anterior. No acumulado do ano, as vendas chegaram a 299 mil toneladas, o que significa uma leve queda de 2% frente a 1S23, fruto da desaceleração da demanda observada a partir do 1T23.
Já o segmento de sistemas construtivos, que engloba placas e painéis cimentícios, registrou 6,1 mil toneladas vendidas no 2T24, representando um crescimento expressivo de 31% frente ao 2T23. Adicionalmente, na comparação com o 1T24, o incremento observado foi de 17%. No 1S24, as vendas foram de cerca de 11 mil toneladas, superando em 29% o mesmo período de 2023.
Na operação de mineração e beneficiamento de crisotila, por sua vez, foram exportadas 41 mil toneladas, queda de 14% em relação ao 2T23 e aumento de 6% frente ao 1T24. 
A empresa revela, ainda, que, no 2T24, a margem bruta das exportações atingiu 42%, superior em 1 p.p. frente ao 2T23 e 7 p.p. em relação ao 1T24. O lucro bruto totalizou R$ 37,6 milhões, 11% acima do 2T23 e 38% acima do 1T24, fruto da elevação dos preços de exportação em dólar, em função do mix de produtos, associada à desvalorização do Real no período.

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