Eternit retoma crescimento de telhas e regista lucro líquido no terceiro trimestre
Texto: Redação Revista Anamaco
A Eternit S.A. acaba de apresentar as demonstrações contábeis relativas ao exercício do terceiro trimestre. No período, a companhia assumiu as operações da fabricante de telhas Confibra, localizada em Hortolândia (SP), e concluiu a ampliação da capacidade produtiva de telhas de fibrocimento da unidade de Goiânia (GO), alcançando pela primeira vez capacidade instalada de 100 mil toneladas/mês no segmento.
O projeto de expansão contempla, ainda, aumento da capacidade produtiva na unidade do Rio de Janeiro, a construção de uma nova fábrica em Caucaia (CE) e a ampliação da unidade de Manaus (AM), responsável pela produção da fibra sintética de polipropileno, utilizada na fabricação das telhas de fibrocimento.
Com os avanços do período, a Eternit anuncia que registrou Receita Líquida de R$ 323 milhões, o que representa um crescimento de 11% em relação ao 2T22. Já o Lucro Líquido totalizou R$ 41 milhões, desempenho semelhante ao verificado no 2T22, acumulando no ano o resultado de R$ 124 milhões.
O EBITDA Recorrente, por sua vez, alcançou R$ 57 milhões, repetindo o desempenho do trimestre anterior. Já a margem EBITDA Recorrente alcançou 18% no terceiro trimestre e 19% no acumulado do ano, valores comparáveis aos melhores desempenhos observados no período de 2012 a 2020. “O core business do Grupo continua sólido, representando 55% do desempenho registrado no trimestre, mesmo em um ano em que as exportações da SAMA alcançam excelentes resultados. Voltamos a crescer no fibrocimento, com indicadores financeiros que mostram uma mudança de tendência de baixa que vinha se apresentando após termos um 2021 fora da curva no setor”, explica Luís Augusto Barbosa, presidente da Eternit.
Segundo ele, a definição da corrida eleitoral também começa a dar mais previsibilidade aos negócios, com o mercado reagindo positivamente ao resultado. “As indicações de manutenção do auxílio de R$ 600, por exemplo, impactam positivamente porque nosso público depende mais da renda disponível do que de uma taxa de juro controlada”, completa.
No principal mercado de atuação da companhia, o volume de telhas vendidas no terceiro trimestre totalizou 170 mil toneladas, já contempladas as vendas da Confibra em agosto e setembro (19 mil toneladas), registrando um crescimento de 16% frente ao 2T22 e um recuo de 3% quando comparado com o mesmo período de 2021. No acumulado do ano, as vendas somaram cerca de 473 mil toneladas, queda de 13% quando comparado com 2021, ano de desempenho recorde da indústria de material de construção.
Em linha com a estratégia de diversificação de produtos de fibrocimento, o segmento de sistemas construtivos (placas e painéis cimentícios) apresentou, no período, um crescimento de 13% em relação ao 2T22, totalizando 4,6 mil toneladas, registrando um leve recuo de 1% frente ao 3T21. O volume de vendas acumulado em 2022 é de 13,3 mil toneladas, superior em 22% ao resultado dos nove primeiros meses de 2021.
De acordo com a empresa, no segmento crisotila, as exportações da fibra realizadas pela mineradora SAMA totalizaram cerca de 50 mil toneladas, representando um crescimento de 37% frente ao 3T21. No acumulado do ano, o volume exportado totalizou 145 mil toneladas, um aumento de 20% em relação ao período de janeiro a setembro de 2021. O resultado foi uma Receita Líquida no 3T22 de R$105 milhões, crescimento de 82% frente ao terceiro trimestre de 2021 e de 2% em relação ao 2T22.
O executivo comenta que, ao longo do 3T22, os investimentos da Eternit contabilizaram R$ 45 milhões, dos quais 17% foram destinados a projetos estratégicos (telhas fotovoltaicas e programa de modernização do parque industrial de fibrocimento), 31% para investimentos em continuidade operacional e 52% no projeto greenfield em Caucaia (CE).
Barbosa explica que, nos últimos meses a companhia seguiu efetuando vendas das telhas solares de concreto BIGF10, totalizando cerca de 57 kWp no período. O destaque fica para a instalação do primeiro projeto-piloto de telha fotovoltaica de fibrocimento F-140, em um galpão de confinamento bovino no Estado do Mato Grosso do Sul. “Esse é considerado o primeiro passo para o efetivo lançamento comercial de uma das primeiras linhas de telhas solares a baixo custo do Brasil”, destaca.
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