Famílias propensas a consumir - Revista Anamaco

Intenção de consumo

Famílias propensas a consumir

Texto: Redação Revista Anamaco

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), pesquisa apurada, mensalmente, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou pelo nono mês consecutivo, alcançando 87,0 pontos em outubro, o que representa um crescimento de 2,1% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. De acordo com a entidade, a combinação de deflação com crescimento do emprego formal, das transferências de renda e da contratação de crédito explica esse resultado.
O estudo aponta que a percepção sobre o nível de consumo atual teve a maior alta entre todos os indicadores do ICF (+4,1%). Apesar de ainda permanecer abaixo dos 100 pontos, na zona de insatisfação, o índice está em trajetória ascendente desde julho e cresceu 18,9% sobre outubro do ano passado, a maior taxa da história do indicador, nessa base de comparação.
Mais sensíveis às variações da inflação, as famílias com até 10 salários mínimos de renda apontaram o maior aumento da intenção de consumir, tanto no mês quanto no ano. Ainda assim, o indicador para este grupo permanece no quadrante negativo (83,5 pontos) e 12,6 pontos abaixo do nível anterior à pandemia.
A intenção de consumo avançou menos nas famílias com mais de 10 salários mínimos, mas o índice em 104 pontos revela maior satisfação deste grupo do que entre os consumidores de menor renda.
A pesquisa indica que a melhora da avaliação da renda atual é resultado do alívio recente na inflação que pesa mais sobre as famílias de menor renda. A proporção de 31,8% dos consumidores avalia a renda atual como melhor do que no ano passado, maior percentual desde abril de 2020 (35,8%).
Entre as famílias de rendas média e baixa consultadas, o índice de satisfação com a renda atual avançou mais (+2,4%) do que o indicador para as famílias consideradas mais ricas (+1,2%).
Já a perspectiva de consumir nos próximos meses destacou-se na passagem mensal, com o segundo maior crescimento (+2,5%) do ICF. As famílias consideradas mais ricas ainda demonstram maior ímpeto para o consumo nos próximos meses (+3,5%) do que as de menor renda (2,2%). Embora o indicador tenha crescido nos dois grupos, ambos os índices ainda estão na zona de insatisfação.
A inflação, mesmo em queda, ainda se mostra um dificultador para o consumo. O maior nível de endividamento das famílias também reduz a capacidade de consumo futura, especialmente das famílias de rendas média e baixa.
O levantamento mostra, ainda, que os consumidores avaliam que o acesso ao crédito está mais fácil. O indicador avançou no mês, em igual magnitude, nas duas faixas de renda (+1,9%), mas em um ano cresceu em intensidade maior nas famílias de rendas média e baixa (10,6%). Mesmo com o crédito mais caro em razão da alta dos juros, essas famílias têm contratado mais empréstimos como forma de sustentar o consumo, tanto que o endividamento tem crescido mais neste grupo.

Foto: Adobe Stock

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