FecomercioSP estima que comércio paulista deve crescer apenas 1% em dezembro - Revista Anamaco

Economia

FecomercioSP estima que comércio paulista deve crescer apenas 1% em dezembro

Texto: Redação Revista Anamaco

Em um ano marcado por incertezas na economia, o mês mais importante para o comércio deve registrar crescimento de apenas 1% nas vendas em relação a 2019. Essa é a estimativa da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
De acordo com a entidade, apesar de positivo, esse crescimento poderia ser muito maior (cerca de 10%) se a injeção do 13º salário na economia, em 2020, seguisse os mesmos padrões do ano passado e se o auxílio emergencial que vem sendo pago pelo Governo Federal tivesse mantido seu valor integral de R$ 600 até dezembro. 
Enquanto, em 2019, as famílias paulistas gastaram R$ 15,3 bilhões, do valor do 13º salário recebido, no consumo nesta época do ano, a previsão, agora, é que este montante seja de R$ 10,3 bilhões, ou seja, R$ 4,9 bilhões a menos na economia, o que significa uma redução expressiva de 32,4%.
O estudo mostra que o resultado do comércio paulista deve ser “puxado” por duas atividades que não estão ligadas às compras de Natal: as lojas de material de construção, que devem vender 43% a mais neste dezembro do que no mesmo mês do ano passado, e as de autopeças e acessórios para veículos, cujo crescimento previsto é de 25%.
Em um momento de atenção por causa do aumento de casos de Covid-19, em que as festas de fim de ano tendem a acontecer com maiores restrições, a pesquisa aponta que os supermercados também deverão faturar mais: 15%, resultado que consolida um ano aquecido por conta da quarentena. A porcentagem é a mesma para lojas de móveis e decoração, também impactadas pelo isolamento social.
Entre os destaques negativos, estão as lojas de roupas e calçados, que deverão vender 37% a menos do que em dezembro de 2019, e as concessionárias de veículos, cuja previsão é de queda de 14%.
Segundo o levantamento, o crescimento tímido de 1% nas vendas do comércio em dezembro é consequência, principalmente, da tendência das famílias em destinarem menos recursos do décimo terceiro salário para compras.
Esse movimento é resultado, por sua vez, de um décimo terceiro mais magro em 2020: considerando as duas parcelas de novembro e dezembro, o valor total entregue às famílias paulistas no ano passado foi de R$ 50,9 bilhões - agora, ele foi de R$ 38,2 bilhões (-24,9%). Isso porque aposentados e outras categorias de empregados formais puderam antecipar o recebimento do dinheiro nos meses mais intensos da pandemia, no meio do ano.
Com menos recursos para consumir, o comércio deve faturar, ao fim do mês, um montante de R$ 79,2 bilhões (valor que poderia ser de R$ 84,2 bilhões considerando o mesmo cenário de 2019). Adiciona-se a ele, ainda, a redução pela metade nas parcelas do auxílio emergencial, que, caso não fosse efetuada, permitiria que outros R$ 2,5 bilhões fossem destinados para compras neste ano, aumentando esta previsão para R$ 86,7 bilhões. Isto é, o comércio poderia crescer 10% em 2020.

Foto: Adobe Stock

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