Economia

Fim do ciclo da prosperidade

O faturamento do comércio da região metropolitana de São Paulo apresentou alta de 1,7% em relação ao ano anterior e queda de 6,8% em dezembro no contraponto a igual mês de 2007. Os dados fazem parte da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
De acordo com a entidade, no último trimestre, o recuo das vendas foi de 7,4% em relação a 2007. Esse foi o primeiro índice trimestral negativo registrado desde 2002.
Os resultados apurados não apenas em dezembro, mas no último trimestre de 2008 mostram a conseqüência da forte queda da confiança do consumidor, que ficou bastante apreensivo quanto às dimensões dos impactos da crise econômica sobre o emprego e consumo. "O ciclo de prosperidade vivenciado nos últimos anos chegou ao fim. A crise econômica mundial será determinante não apenas para o movimento do comércio, mas para todo o sistema econômico interno. O atual cenário aponta que o problema se dissemina para todos os setores produtivos com uma intensidade e rapidez muito além da prevista, o que torna qualquer previsão de médio ou de longo prazo incerta", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio.
As lojas de material de construção fecharam o ano de 2008 com crescimento de 14,2% no faturamento real em relação ao ano anterior. O resultado positivo é justificado pelo crescimento da massa real de salários, pela oferta de crédito e pelo aquecimento nas vendas no setor imobiliário ao longo do ano. Já no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, o faturamento real do grupo registra a primeira queda desde fevereiro de 2006: -1,2%.
A variação negativa vista no comparativo interanual é explicada pela forte base de comparação: em dezembro de 2007, o faturamento real do grupo registrou alta de 20,6% em relação a dezembro de 2006.
A expectativa da Fecomercio para 2009 é que a crise continuará impactando negativamente o comércio varejista, sem que seja possível, nesse momento, ter uma noção mais clara de suas dimensões e oscilações. "É essencial que o Governo Federal amplie as medidas no sentido de restaurar a confiança dos agentes econômicos, como a redução da taxa de juros e diminuição da carga tributária, fatores importantes para reduzir os impactos da crise", completa Szajman.

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