Greve dos caminhoneiros contribui para queda da confiança do consumidor
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 4,8 pontos em junho, ao passar de 86,9 para 82,1 pontos, o menor nível desde agosto de 2017 (81,4 pontos). “A greve dos caminhoneiros do final de maio contribuiu para o aprofundamento da tendência de queda da confiança que se desenhava nos meses anteriores. Com perspectivas negativas sobre o mercado de trabalho, as famílias vão se tornando bastante conservadoras com os gastos, o que deve impactar negativamente o crescimento econômico no segundo semestre. Para compensar, o governo anunciou a liberação de recursos do PIS/PASEP, o que pode atenuar a onda de pessimismo das famílias brasileiras.”, afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Em junho, tanto as avaliações sobre a situação atual quanto as expectativas para os próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 5,4 ponto, para 71,8 pontos, o menor nível desde setembro de 2017 (71,2 pontos) e o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,2 pontos, ao passar de 94,2 para 90,0 pontos, o menor nível desde agosto de 2017 (89,9 pontos).
Em relação à situação econômica geral, o indicador que mede o grau de satisfação com a economia no momento desacelerou 4,6 pontos em junho, retornando ao nível de setembro de 2017 (77,4 pontos). Com relação às perspectivas para os próximos seis meses, os consumidores seguem a tendência de queda observada nos três meses anteriores. O indicador que mede o otimismo em relação à economia nos meses seguintes recuou 4,5 pontos, ao passar de 110,9 pontos, em maio, para 102,6 pontos, o menor desde dezembro de 2016 (102,3 pontos).
O indicador que mede a satisfação dos consumidores com a situação financeira no momento caiu 5,9 pontos, para 66,8 pontos, o menor nível desde outubro de 2017 (66,7 pontos). Com relação aos próximos meses, os consumidores projetam pelo segundo mês piora da situação financeira das famílias, com recuo de 3,7 pontos no indicador que passou de 94,8 pontos para 91,1 pontos, o menor desde setembro de 2017 (90,4 pontos).
Pelo terceiro mês consecutivo, o ímpeto para compras diminui, confirmando a cautela dos consumidores com os gastos futuros. O indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis registrou queda de 3,8 pontos para 77,6, retornando ao nível de agosto de 2017.