Horizonte favorável para o varejo do setor, aponta pesquisa
Texto: Redação Revista Anamaco
Os resultados do Termômetro da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), pesquisa realizada, com exclusividade, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) para a entidade, mostram pequena melhora na percepção dos empresários em relação a junho.
De acordo com o estudo, no mês, as assinalações de alta nas vendas passaram de 33% para 38%, superando as indicações de baixa em 19 pontos percentuais. Já na comparação com julho do ano passado, auge da primeira onda de Covid-19, o percentual de respostas otimistas registrou baixa. Naquele mês, esse indicador foi de 56%, superando as indicações de queda em 47 pontos percentuais.
O levantamento indica que, em julho, a melhora na percepção dos varejistas de material de construção foi mais intensa nas pequenas lojas. Nas empresas com até quatro funcionários, as respostas otimistas passaram de 23% para 40% entre junho e julho.
Apesar da melhora, essa percepção ainda está bem abaixo da registrada nos home centers (lojas com mais de 99 colaboradores), nas quais as percepções de crescimento das vendas chegaram a 63%, percentual ainda mais alto do que os 59% registrados em junho.
A pesquisa registra, ainda, avanço nas assinalações de alta em quase todo o País. A exceção fica por conta do Centro-Oeste, onde as indicações de crescimento nas vendas recuaram ligeiramente (1 p.p.).
Nessa avaliação, o maior nível de otimismo foi registrado no Norte (46%) e o menor no Sudeste (33%). Já as assinalações de estabilidade nas vendas foram predominantes no Centro-Oeste (52%), Sudeste (46%) e Nordeste (46%). A região com maior nível de respostas pessimistas (queda nas vendas frente ao mês anterior) foi o Sul (26%).
Expectativas favoráveis
O estudo apurou, ainda, as expectativas para o comportamento das vendas nos próximos meses. De acordo com a pesquisa, as perspectivas são favoráveis. As assinalações de alta chegaram a 58% em julho em nível nacional, praticamente o mesmo resultado observado em junho (59%). Na comparação anual, houve forte elevação nesse indicador comparado a julho de 2020, quando as expectativas de crescimento esperado para os três meses à frente foram de 48%.
A pesquisa mostra que as regiões Norte e Nordeste seguem sendo as mais otimistas quanto ao futuro das vendas com assinalações otimistas de 75% e 71%, respectivamente. No oposto está o Sudeste, com 50%.
Considerando as lojas por número de funcionários, os mais otimistas quanto ao futuro das vendas seguem sendo os home centers. Nessas empresas, as assinalações de alta chegaram em julho a 68% contra 65% no mês anterior e 55% em julho do ano passado.
Na outra ponta, houve melhora entre junho e julho nas expectativas das pequenas lojas. No período, as expectativas de alta nas vendas nos próximos meses passaram de 52% para 61%. Há um ano, esse indicador era de 43%.
Quando o levantamento analisa as especialidades das lojas, as mais otimistas em julho quanto às vendas futuras foram o varejo de revestimentos cerâmicos (70%), seguidas pelo comércio de artigos de pintura (67%). As menos otimistas foram as especializadas em produtos básicos (51%).
Atenção às ações do governo
O FGV Ibre perguntou, ainda, o que os lojistas de material de construção esperam das ações do governo nos próximos meses. De acordo com o que foi apurado, o otimismo caiu de 55% para 52% entre junho e julho em nível nacional. Em julho do ano passado, esse indicador era de 64%. Regionalmente, houve recuo em quase todas as regiões entre junho e julho deste ano. Mais uma vez, a exceção foi no Centro-Oeste, onde o indicador permaneceu estável.
No mês, houve queda expressiva nas assinalações otimistas entre os pequenos varejistas. Nessa categoria, o indicador passou de 56% em junho para 38% em julho. Nas lojas maiores as assinalações otimistas passaram de 55% para 60% na comparação mensal.
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