Inadimplência cai na capital paulista
Texto: Redação Revista Anamaco
Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), cerca de 26,4 mil famílias conseguiram quitar as dívidas entre outubro e novembro na cidade de São Paulo e sair da lista de inadimplentes. Com isso, o porcentual de lares nessa situação caiu para 23,5%.
O estudo mostra que o endividamento retraiu timidamente para 67,5%, enquanto o volume de lares ainda sem condições de quitar as contas atrasadas permanece estável pelo menos desde agosto, desta vez na casa dos 10,7%. A preocupação com o indicador se deve ao fato de que, há exatamente um ano, esse percentual era relativamente menor (9%).
Da mesma forma, houve um aumento da parcela da renda dos lares comprometida com dívidas. Em novembro, cerca de 31,7% das receitas domésticas estavam direcionadas a esse fim no intervalo de um ano - o maior percentual da série histórica da FecomercioSP, iniciada em 2010.
No caso da inadimplência, o destaque negativo ficou por conta do tempo de atraso, que segue elevado: média de 68,6 dias para liquidar as dívidas, a maior registrada desde março de 2019.
Os dados da pesquisa mostram, ainda, que a redução da inadimplência em novembro foi mais significativa para famílias com renda mensal superior a dez salários mínimos, passando de 12,4%, no mês anterior, para 11,6%, redução de 0,8 ponto porcentual (p.p). No outro grupo das famílias com renda até dez salários mínimos, a queda foi menor: de apenas 0,4 p.p, chegando a 28,2% no mês. Ainda assim, a retração dos inadimplentes em São Paulo expressa a melhora da situação econômica em geral do País. De acordo com a Federação, é importante considerar os efeitos do programa Desenrola Brasil, do Governo Federal, em vigor desde agosto, para tentar diminuir o fenômeno.
Nesse cenário, o cartão de crédito (84,4%) segue sendo o principal motivador de endividamento em São Paulo, seguido pelos carnês (15,5%) e pelos financiamentos de imóveis (13,4%). Esses números mostram que, ainda que os juros estejam em patamares elevados, as famílias têm encontrado opções facilitadas de crédito, tanto para consumo rápido como para compra de bens de longo prazo, como a casa própria.
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