Inadimplência do consumidor desacelera e cresce 0,9% no primeiro semestre - Revista Anamaco

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Inadimplência do consumidor desacelera e cresce 0,9% no primeiro semestre

Texto: Redação Revista Anamaco

Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que, após atingir crescimento recorde no auge da recessão econômica, a inadimplência do consumidor dá sinais de desaceleração. O volume de atrasos no primeiro semestre cresceu 0,9% na comparação com o final do ano passado. Trata-se da segunda menor variação nos atrasos desde 2012, quando a inadimplência havia crescido 5,8% nos primeiros seis meses daquele ano. Já em 2017, o crescimento observado fora muito semelhante ao deste ano, com alta de 0,8%.
Considerando apenas o mês de junho, o volume de consumidores com contas sem pagar e registrados em listas de inadimplentes também apresentou um crescimento mais modesto: alta de 1,7% frente a junho de 2018. É o menor avanço na base anual de comparação desde dezembro de 2017 (1,3%).
José Cesar da Costa, presidente da CNDL, avalia que a inadimplência apresentar crescimento a taxas mais modestas é um fator positivo, que acompanha a lenta recuperação da economia, mas o estoque de pessoas com contas em atraso e que enfrentam dificuldades para voltar ao mercado de crédito ainda é muito elevado. Até abril deste ano eram 62,6 milhões de pessoas nessa situação, o que representa quase 41% da população adulta.
Dados mais detalhados do indicador revelam que houve alta na quantidade de consumidores em três das cinco regiões do País. A mais acentuada foi na Região Sudeste, cujo crescimento foi de 3,4% em junho frente ao mesmo período do ano passado. Em segundo lugar ficou a região Norte, com alta de 2,2% na quantidade de devedores, seguida do Sul, que teve crescimento de 1,79%.. Já no caso das regiões Nordeste e Centro-Oeste, foram observados recuos de 0,6% e 0,3%, respectivamente.
Em junho deste ano na comparação com 2018, houve uma queda de 1,0% no volume de dívidas contraídas em nome de pessoas físicas, o que representa a sexta queda consecutiva na série histórica do indicador. As despesas básicas para o funcionamento do lar, como contas de água e luz foram as que mais cresceram em junho, com alta de 17,2% na base anual de comparação. As dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos tiveram alta de 2,7%. Já as compras realizadas no carnê ou crediário em estabelecimentos comerciais caíram 5,2%, enquanto os atrasos em contas de internet, TV por assinatura e serviços de telefonia despencaram 20,3% no período.
De acordo com o indicador do SPC Brasil, mais da metade das dívidas pendentes (53%) de pessoas físicas no País têm como credor algum banco ou instituição financeira. A segunda maior representatividade fica por conta do comércio, que concentra 17% do total de dívidas não pagas, seguido pelo setor de comunicação (11%). Os débitos com as empresas concessionárias de serviços básicos como água e luz representam 10% das dívidas não pagas no Brasil.

Foto: Adobe Stock

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