Inadimplência maior - Revista Anamaco

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Inadimplência maior

Texto: Redação Revista Anamaco

O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (40,17%) estavam negativados em janeiro, o que representa 68,83 milhões de consumidores. Em comparação com o mesmo mês de 2024, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 2,76%. Na passagem dezembro para janeiro, o número de devedores cresceu 1,57%.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, as entidades registram que a variação anual observada em janeiro ficou acima da observada no mês anterior.
José César da Costa, presidente da CNDL, observa que com a nova alta, a inadimplência reflete um cenário desafiador para muitos consumidores, especialmente para aqueles em idade economicamente ativa (30 a 39 anos). “Podemos perceber um ciclo de endividamento onde o consumidor fica inadimplente, tem dificuldade de buscar crédito, tenta negociar suas dívidas, mas acaba voltando para a inadimplência. As altas taxas de juros, a inflação dos alimentos que corrói o poder de compra das famílias, especialmente das de menor renda, e a dificuldade de pagamento são os principais obstáculos enfrentados”, destaca Costa.
O estudo mostra que o crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de três a quatro anos (38,49%).
Além disso, revela que o  número de devedores com participação mais expressiva em janeiro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,74%). De acordo com o levantamento, são 17,03 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (50,13%) dos brasileiros desse grupo estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,10% mulheres e 48, 90% homens.
Em janeiro, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.492,09 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,14 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
Já o número de dívidas em atraso no Brasil teve, em janeiro, crescimento de 4,51% em relação ao mesmo período de 2024. O dado ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de dezembro/2024 para janeiro/2025, o número de dívidas apresentou alta de 3,09%.
Na análise por número de dívidas por setor credor, destaca-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 7,71%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comércio (-6,22%), Água e Luz (-5,90%) e Comunicação (-4,66%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, salienta que, para sair das dívidas, é essencial que o consumidor faça um levantamento completo daquilo que deve, busque boas condições de renegociação das suas dívidas, informações a respeito das melhores opções para quitá-las sem comprometer o pagamento das contas básicas. “Existem ferramentas de acompanhamento financeiro que podem ajudar a manter o controle dos gastos. Além disso, políticas públicas que incentivem a recuperação de crédito e reduzam as taxas de juros podem desempenhar um papel crucial na melhoria da situação financeira dos consumidores”, destaca o executivo.

Foto: Adobe Stock

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