Inadimplência menor
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as famílias paulistanas começaram o ano menos inadimplentes. O estudo aponta que o porcentual de lares com contas atrasadas passou de 22,7%, em dezembro, para 21,8%, em janeiro. Em números absolutos, foram 35,4 mil famílias que saíram da lista de inadimplência neste intervalo.
Apesar disso, o comprometimento dos rendimentos domésticos com dívidas ficou mais preocupante. Em media, um terço (32%) de tudo o que as famílias recebem é direcionado para pagamentos de dívidas, o maior número da série histórica da Federação iniciada em 2010. Vale considerar ainda que uma em cada três casas na cidade já comprometeu metade da renda para despesas.
São dados que, na percepção da FecomercioSP, ligam o sinal de alerta para o contexto doméstico das famílias em São Paulo, considerando, por fim, que dois terços dos rendimentos desses lares são destinados para contas do dia a dia, como aluguel, e para o consumo de itens essenciais, como supermercados, farmácias, entre outros.
Os dados mostram, ainda, queda significativa entre famílias sem condições de pagar as dívidas vencidas, que passou de 10,1%, em dezembro, para 9,7%, em janeiro, voltando ao patamar de um dígito após seis meses. O endividamento ficou estável, na casa dos 69%. No intervalo de um ano, o número de famílias de renda baixa (até dez salários mínimos) inadimplentes foi o que mais ressecou, passando de 30,7%, em janeiro do ano passado, para 25,7%, agora. Na direção contrária, lares de rendas superiores apareceram mais na lista de inadimplência: de 10,5% para 11,8%.
Há estabilidade, também, em relação aos prazos para a liquidação das dívidas: oito meses. No entanto, o tempo médio de atraso está um pouco mais elevado do que era há um ano, passando de 65 dias para 66.
Dentre os itens que mais comprometem a renda das famílias paulistanas estão, principalmente, a fatura do cartão de crédito (85,5%), além do crédito pessoal (15%) e do cheque especial (6,2%).
Mesmo com uma parcela maior dos rendimentos comprometida com contas, as famílias estão mais confiantes em consumir: a intenção de ir às compras cresceu novamente, agora em 0,4%, atingindo 113,7 pontos. É o maior patamar desde abril de 2014.
Dentre os motivos para esse cenário positivo estão, sobretudo, o aumento da renda, que cresceu 1,4% em relação a dezembro de 2023, atingindo 138,1 pontos, e a melhora na condição de emprego (1,4%). Diante disso, o índice de consumo subiu na mesma medida: 1,5%.
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