Inadimplência tem pequena queda
Texto: Redação Revista Anamaco
O Indicador de Inadimplência, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,51%) estavam negativados em dezembro de 2024, o que representa 68,49 milhões de consumidores. Em comparação com dezembro de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,92% no último mês do ano passado. Na passagem de novembro para dezembro, o número de devedores caiu 0,27%.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da Federação, além do Distrito Federal, as entidades registram que a variação anual observada em dezembro ficou acima da observada em novembro. “A inadimplência se mantém em patamares altos, o que reflete a dificuldade dos consumidores em manter todas as contas com o pagamento em dia. Chama a atenção o endividamento com os setores de bancos, que concentram 64,62% das dívidas. Esta dinâmica sugere que o planejamento financeiro de 2025 deve priorizar a renegociação de dívidas, especialmente aquelas com altas taxas de juros, além da construção de um fundo de emergência”, destaca José César da Costa, presidente da CNDL.
De acordo com o estudo, o número de devedores com participação mais expressiva em dezembro estava na faixa etária de 30 a 39 anos (23,64%), o que representa 16,90 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (49,76%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,16% mulheres e 48,84% homens.
A pesquisa revela que, em dezembro de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.432,05 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,10 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
Os dados mostram, ainda, que quase três em cada dez consumidores (31,09%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,86% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
Outro dado apurado pelo levantamento indica que, em dezembro, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 2,87% em relação ao mesmo período de 2023. Na passagem de novembro para dezembro, o número de dívidas apresentou recuo de 0,71%.
No recorte da evolução do número de dívidas por setor credor, destacou-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 5,08%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comércio (-6,19%), Água e Luz (-5,61%) e Comunicação (-3,32%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso. “Diante do um cenário de altas taxas de juros, e com mais dois aumentos previstos, a dificuldade do consumidor em colocar as contas em dia deve aumentar, já que os encargos tendem a dificultar a regularização financeira. O momento é de cautela e de priorizar o pagamento das contas antes de fazer novas dívidas”, destaca Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,62% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (10,87%), o setor de Comércio com 10,32% e Outros com 8,24% do total de dívidas.
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