Inadimplência tem primeiro aumento em oito meses, apura CNC
Texto: Redação Revista Anamaco
O percentual de brasileiros endividados no País segue alcançando recordes históricos, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada, mensalmente, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em maio, esse número chegou a 68% do total de famílias, máxima da série histórica (iniciada em 2010), o que representa alta de 0,5 ponto percentual em relação a abril e de 1,5 ponto em comparação com maio do ano passado. De acordo com a pesquisa, o sexto aumento seguido no endividamento, desta vez, acompanhou também a primeira alta, em oito meses, na inadimplência.
O levantamento aponta que, desde agosto do ano passado, é a primeira vez que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumenta na passagem mensal, alcançando 24,3% em maio, mas ainda 0,8 ponto percentual abaixo do apurado no mesmo período de 2020. Nesse cenário, a parcela dos brasileiros que declararam que não terão condições de pagar contas ou dívidas e que permanecerão inadimplentes também aumentou para 10,5%, mas teve queda de 0,1 ponto em relação ao mesmo mês de 2020.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, observa que o orçamento das famílias vinha sendo minimamente preservado até aqui pela força do mercado de trabalho, porém essa realidade não tem se mantido ao longo da crise desencadeada pela pandemia, diante da percepção de uma menor estabilidade de emprego e de outros fatores econômicos, como a inflação elevada. “Houve uma piora no orçamento das famílias em maio, com a alta da inadimplência, mas esse era um movimento esperado. A renda se mantém baixa, com fragilidades no mercado de trabalho, incluindo um menor impacto de benefícios assistenciais, caso do auxílio emergencial reduzido”, aponta Tadros.
De acordo com o estudo, o número de famílias que se declarou muito endividada aumentou para 14,6%, maior parcela desde agosto do ano passado. A comparação anual, no entanto, mostra redução de 1,4 ponto percentual no indicador.
Nesse contexto, a proporção das famílias que utilizam o cartão de crédito como principal tipo de dívida manteve-se em 80,9% do total, recorde do indicador. Já os financiamentos de casa e carro ganharam espaço no endividamento, em função dos juros ainda baixos.
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