Indicador de inadimplência mostra 42,01% dos brasileiros negativados em março
Texto: Redação Revista Anamaco
O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (42,01%) estavam negativados em março, o que representa 69,66 milhões de consumidores. Em comparação com março de 2024, o percentual de inadimplentes teve crescimento de 3,89% em março passado. Na passagem de fevereiro para março, o número de devedores cresceu 1,54%.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da Federação, além do Distrito Federal, as duas entidades registram que a variação anual observada em março deste ano ficou acima da observada no mês anterior. “O número de inadimplentes cresceu mais um mês, atingindo o maior número da série histórica do indicador. O cenário demonstra um agravamento da situação financeira das famílias brasileiras e a dificuldade em manter as contas em dia. O momento é delicado, exige cautela antes de fazer novas compras e a necessidade de priorizar o pagamento das contas e das dívidas já adquiridas antes de fazer novos compromissos”, destaca José César da Costa, presidente da CNDL.
De acordo com o estudo, o crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de três a quatro anos (43,97%).
O número de devedores com participação mais expressiva em março está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,76%). De acordo com a estimativa, são 17,25 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (50, 79%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,06% mulheres e 48, 94% homens.
A pesquisa indica, ainda, que, em março, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.604,54 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,16 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
Os dados ainda mostram que três em cada dez consumidores (30,47%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,11% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
O estudo revela que, em março, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 6,95% em relação ao mesmo período de 2024. Na passagem de fevereiro para março, o número de dívidas apresentou alta de 2,05%.
Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 10,83%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Água e Luz (-7,81%), Comércio (-3,32%) e Comunicação (-1,45%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso. “O governo tem trabalhado para abrir novas possibilidades de acesso ao crédito, mas o consumidor deve acessá-los com cuidado e inteligência, uma vez que é a oportunidade para trocar uma dívida mais cara por outra com juros menores. O crédito nesse caso não deve ser usado para fazer novas compras, mas para fazer um planejamento de pagamento das dívidas que estão atrasadas”, destaca Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 66,74% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (9,87%), o setor de Comércio com 9,73% e Outros com 8,02% do total de dívidas.
Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro-Oeste (12,75%), seguida pelo Norte (6,92%), Sudeste (5,79%), Nordeste (5,38%) e Sul (4,71%).
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